quarta-feira, 27 de junho de 2012

“Não se pode mais pensar nos jovens do campo sem relacioná-los com as novas tecnologias”


A relação da Juventude Rural com as mídias digitais foi tema central da Roda de Conversa ocorrida nessa tarde no Píer Mauá. O debate sobre a necessidade de políticas públicas que garantam aos jovens do campo maior acesso às tecnologias de informação e comunicação reuniu a assessora de juventude do Gabinete do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ana Carolina Silva; a secretária-adjunta da Secretaria Nacional de Juventude, Ângela Guimarães; o professor da Universidade Federal Fluminense, Aroldo Magno de Oliveira; e o coordenador de juventude do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Raul de Souza Amorim.

Diante do êxodo de jovens do meio rural, discutiu-se a importância de políticas que favoreçam a permanência desse segmento social no campo. “Campo sustentável é campo com gente, onde se respeita o saber das comunidades”, afirmou Ana Carolina Silva. Ângela Guimarães defendeu a importância de enxergar a juventude brasileira de modo plural, na medida em que os jovens do campo têm demandas diferentes daquelas apresentadas pela juventude urbana. A própria juventude rural é bastante diversa, já que se constitui por jovens campesinos, quilombolas, indígenas ou ribeirinhos, por exemplo. Um dos laços que une esses jovens é a necessidade de estarem conectados, a fim de produzirem um conteúdo inovador.  Ana Carolina elogiou a atuação crescente da juventude rural em debates amplos e profícuos nas redes sociais. 

Ângela Guimarães lembrou que, atualmente, o principal meio de informação já não é mais a televisão, mas a internet, o que gera novas possibilidades de participação dos jovens em uma comunicação mais horizontal. Para ela, “não se pode mais pensar nos jovens do campo sem relacioná-los com as novas tecnologias”. O acesso às tecnologias é essencial para que o debate da juventude rural no mundo, mas Ângela acredita que a inclusão dos jovens não pode ser realizada apenas pela presença de equipamentos, como computadores. É necessário um conjunto de políticas públicas que levem também a educação, a cultura e o esporte para as áreas rurais. 

A certeza de que os jovens querem produzir uma informação crítica e inovadora que corresponda às suas demandas e anseios foi consensual no debate. Raul Amorim, no entanto, criticou as dificuldades ainda encontradas no campo brasileiro: “O sinal de telefonia mal chega”, disse. De acordo com o integrante do MST, 94% das escolas rurais ainda não têm banda larga e 15% não têm sequer energia elétrica. Para Raul, é importante que os jovens tenham meios de produzir sua própria representação do campo, negando a estética da pobreza e os padrões da indústria cultural. 

Por isso, Raul acredita que deve ser facilitado o acesso não só às novas mídias, mas também a outras formas de comunicação, como as rádios comunitárias, que ainda enfrentam inúmeros obstáculos burocráticos e legais para funcionarem e multiplicarem-se. “As rádios comunitárias são cerceadas o tempo todo”, concordou Aroldo de Oliveira. Os participantes afirmaram a necessidade de integração do governo com a população e os movimentos sociais para a construção de um novo modelo de sociedade. Referindo-se às políticas adotadas pelo governo federal, Aroldo de Oliveira opinou: “O projeto é louvável e pertinente, mas deve ser desenvolvido de forma dialógica. Não pode ser uma via de mão única”. 

Após o encerramento do debate, Ângela Guimarães falou sobre a complexidade das demandas da juventude rural: “São demandas por desenvolvimento integral, que passa não só pela permanência da sua produção no campo (por meio do fortalecimento da agricultura familiar), mas também por ter o que fazer no seu tempo livre, por ter equipamento de esporte, por ter acesso a novas tecnologias de informação e de comunicação e uma série de outras dimensões que dizem respeito a sua própria vivência humana”. Para Ângela, a juventude rural deseja sua permanência no campo, mas por meio de políticas públicas que levem em consideração a sua realidade específica. 

Fonte: Secretaria Nacional de Juventude, por Camila De' Carli

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Desafio para desenvolvimento sustentável é acesso à educação


“Desenvolvimento sustentável implica crescimento da economia, para que se possa distribuir riqueza. Significa assegurar acesso à educação, à saúde, à segurança pública e a todos os serviços necessários ao bem-estar da cidadania plena da população”, afirmou a presidenta da República, Dilma Rousseff, ao abrir oficialmente, nesta quarta-feira, 20, a Conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável – Rio+20.

Sustentabilidade e meio ambiente são temas presentes nos currículos das escolas públicas brasileiras. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tem defendido os avanços do ensino das temáticas ligadas ao meio ambiente nas escolas públicas nas últimas duas décadas. “O meio ambiente não é lembrado apenas na semana do meio ambiente ou no dia da árvore. O meio ambiente é assunto para todo o ano letivo. É um assunto amplo tratado em várias disciplinas do currículo da educação básica”, disse o ministro no programa de rádio Hora da Educação, no dia 12 de junho.

Nesta quarta, também foi lançado o livro Contribuição da Pós-Graduação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, uma ação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) na Rio+20, com a presença do presidente da instituição, Jorge Guimarães, no Píer Mauá. O livro aborda a síntese das ações do órgão, no âmbito do sistema nacional de pós-graduação, voltadas para o desenvolvimento sustentável.

A publicação faz referência aos temas da conferência, aliados aos desafios da pós-graduação: água, energia sustentável, oceanos, segurança alimentar e agricultura sustentável, cidades sustentáveis, emprego, economia verde e inclusão social, mudanças climáticas e desastres naturais, Amazônia e biodiversidade.

A Rio+20 também foi o palco para o lançamento da 4ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, que terá o tema Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis, e acontecerá de 10 a 14 de outubro de 2013. A conferência nacional será antecedida pelas etapas escolares (até 30 de março de 2013), municipais, estaduais e regionais (até 17 de agosto de 2013).

Durante sua participação na Conferência da ONU, Mercadante homologou as diretrizes curriculares nacionais para a educação ambiental e para a educação indígena. A assinatura dos documentos ocorreu na abertura oficial do Encontro de Juventude e Educação para a Sustentabilidade Socioambiental, uma das participações do Ministério da Educação na Conferência Rio+20.

As diretrizes foram aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), após diálogo com os sistemas de ensino, sociedade civil e diferentes instâncias governamentais. No caso da educação indígena, por exemplo, foi definido que os projetos educativos devem afirmar as identidades étnicas e valorizar as línguas e conhecimentos dos povos indígenas. 

Fonte: Ministério da Educação, por Assessoria de Comunicação Social

terça-feira, 19 de junho de 2012

Para conferencista, tecnologia deve ser adaptada à educação


Em seu segundo dia de debate, o Seminário Latino-Americano de Disseminação de Conteúdos Digitais contou com relatos de representantes dos países participantes acerca das políticas para a implantação desses conteúdos nas escolas do continente. Foram destacados os avanços e dificuldades encontradas pelos participantes com relação a esse tema.

O vice-presidente da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura), Fernando Almeida, conferencista convidado do dia 14 de junho de 2012, lembrou que a tecnologia não nasceu como um instrumento de ensino. Segundo ele, é necessário que os principais atores ligados ao processo de aprendizagem permitam que a escola se aproprie da tecnologia para uso na educação. “Quem pilota essa mudança é o educador que está em sala de aula”, destaca.

O professor Almeida ressaltou em sua apresentação pela manhã que o modelo de ensino e de escola pública dos países participantes é algo recente, e a tecnologia é um eixo importante nesse processo de estruturação do novo modelo escolar. Ele também observou que as experiências compartilhadas no evento são fruto de trabalhos desenvolvidos há décadas e que ainda se encontram em implantação. “É um longo trabalho de gestação de experiências. São projetos interessantes que hoje representam uma grande riqueza na América Latina”, afirmou.

Almeida destacou o papel da universidade nessa apropriação das tecnologias digitais pelas escolas. Ele também lembrou a necessidade de uma aproximação entre universidades e escolas, por meio da realização de pesquisas sobre o uso da tecnologia no ambiente escolar e da formação de professores para o uso pedagógico das mídias. “As universidades brasileiras são bandeiras fundamentais para a apropriação dessas tecnologias”, disse.

O Seminário Latino-Americano de Disseminação de Conteúdos Digitais, que discute a presença e implantação das tecnologias digitais nas escolas do continente, terminou no dia 15 de junho. 

Fonte: Ministério da Educação, por Assessoria de Comunicação Social

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Jovens aderem a movimentos para promover conscientização


A característica comum que une os jovens participantes do Encontro de Juventude e Educação para a Sustentabilidade Socioambiental é o engajamento em movimentos sociais. Alguns deles manifestaram interesse pelas questões socioambientais quando crianças ou no início da adolescência, e acabaram indo a fundo e se tornando gestores de políticas públicas na área.

É o caso do baiano Ian Aguzzoli, 23 anos, que começou como beneficiário de um projeto de arte e educação em Salvador aos 13 anos e, hoje, faz parte da equipe técnica da coordenação de educação ambiental da Secretaria de Educação da Bahia. “Quando eu tinha uns 15 anos, tomei conhecimento das conferências infantojuvenis de meio ambiente e dos coletivos jovens e resolvi fazer parte”, conta. A partir daí, com o fortalecimento do movimento em seu estado, ele e outros jovens foram convidados para trabalhar com gestão.

Para Ian, o controle social das políticas públicas de meio ambiente e de educação ambiental é da maior importância. Em sua opinião, a participação ativa dos cidadãos deve começar desde cedo, como por exemplo, junto às Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola (Com-Vida). Assim, segundo Ian, os estudantes desenvolvem visão crítica e transformadora em relação ao lugar onde vivem.

Daniel Alves, 19 anos, é aluno do terceiro ano do ensino médio de uma das escolas públicas em que Ian atua, na Vila de Abrantes, em Camaçari (BA). O rapaz também participa do encontro de juventude no Rio de Janeiro e conta que, por meio do Com-Vida de sua escola, ele e outros colegas têm transformado a realidade de sua comunidade nas questões socioambientais.

Nas proximidades da escola estão as Dunas de Abrantes, que fazem parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA) e, no entanto, têm sofrido o impacto de construções desordenadas em seu entorno. Daniel e os colegas começaram a fazer um trabalho de conscientização com a comunidade, como palestras e oficinas, no sentido de proteger o patrimônio ambiental.

“Acredito que a comunidade tem sido impactada com essas e outras ações promovidas pelo Com-Vida”, diz Daniel. “Também incentivamos a coleta seletiva de lixo, o reaproveitamento de óleo de cozinha usado para fazer sabão, a colocação de minhocário para decompor restos de frutas e fazer adubo e a construção de brinquedos com garrafas pet.”

O estudante e seus colegas estão trabalhando, agora, com educomunicação. Montaram um blog e compartilham ações socioambientais com outros grupos. “Vou sair da escola, mas quero continuar conscientizando outras pessoas a favor do meio ambiente e mostrar que não precisamos ficar só nas palavras, mas podemos agir para impactar nossa escola, nosso bairro e nosso estado”, destaca.

O Encontro de Juventude e Educação para a Sustentabilidade Socioambiental, uma das participações do Ministério da Educação na Conferência Rio+20, terminou nesta sexta-feira, 15. Desde quarta-feira, 13, cerca de 400 jovens debateram o papel da juventude na construção de espaços educadores sustentáveis e a agenda da juventude para um projeto de desenvolvimento sustentável, por meio de grupos de trabalho, painéis e apresentação de propostas em plenário. 

Fonte: Ministério da Educação, por Letícia Tancredi.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Juventude, currículo e sociedade da informação: as chaves para a integração das TICs na educação

Marcia Padilha. Coordenadora do IDIE TICs 
(Instituto para o Desenvolvimento e a Inovação 
Educativas especializado em TICs), uma iniciativa da 
OEI em parceria com a Fundação Telefônica)

Para refletir sobre as proposições de indicadores e metas sobre TICs no documento “Metas Educativas 2021” é importante retomar os temas do reconhecimento e promoção da juventude em suas particularidades e o tema do currículo significativo: dois pontos fundamentais se queremos enfrentar o desafio de colocar mais de 95% de nossas crianças e jovens, por doze anos, dentro de uma escola com condições de lhes transformar a vida, de enriquecer sua relação com o aprender, de promover sua inserção social cidadã, de ampliar sua visão de mundo e suas ambições pessoais e profissionais.

Um currículo significativo para a juventude do século XXI, urbana e rural, deve proporcionar uma experiência escolar que possibilite ao aluno egresso do sistema público de ensino reconhecer na escola uma instituição social que tenha concorrido fortemente para sua capacidade de aprender a ser, a conviver, a fazer e a aprender na sociedade da informação. Somente esse reconhecimento fará da educação um valor prioritário para cada cidadão e para o conjunto das sociedades, possibilitando o comprometimento com a perenidade das condições necessárias para o avanço até uma sociedade educadora. É urgente criar um círculo virtuoso entre juventude e escola.

As tecnologias da informação e da comunicação são um dos elementos-chave com potencial para estabelecer configurações de ensino e de aprendizagem satisfatórias e necessárias para que esta geração venha a receber a melhor educação na história da região iberoamericana.

Não são poucos os recursos invertidos para o estabelecimento das condições necessárias para a entrada das TICs na escola: infraestrutura de telecomunicações, equipamentos escolares e sua manutenção, produção de conteúdos digitais educativos e capacitação docente.

No entanto, deve-se repetir à exaustão: tais investimentos serão insuficientes se as políticas públicas não forem desenhadas a partir da compreensão da dimensão e da natureza dos impactos da sociedade da informação (ou do conhecimento) nas novas configurações de produção de conhecimento, de criação artística e cultural e de redes sociais na vida dos jovens.  E, especialmente nos países pobres ou em desenvolvimento, da compreensão do potencial das TICs como instrumentos de acesso a cultura e a bens simbólicos (o que de per si já seria o suficiente) e, ainda, para o empoderamento dos jovens como produtores de cultura, de arte e de conhecimento. Finalmente, há que se aperceber claramente do enorme potencial de ampliação de redes sociais e oportunidades de aprendizagens para uma população jovem em grande parte submetida a situações de isolamento, seja na zona rural seja nas periferias dos centros urbanos. Soluções inovadoras e de impacto só terão chances de germinar se docentes e dirigentes escolares, assim como os agentes centrais dos sistemas de ensino, forem capazes de responder ao desafio de educar na sociedade da educação, no contexto específico econômico e social que configura o capitalismo atual.

Desse ponto de vista, três aspectos devem ser observados para buscar uma inserção mais efetiva das TICs na educação, e que, de algum modo, devem estar em diálogo com a proposição de alguns poucos indicadores possíveis de serem adotados em um plano da natureza do plano de “Metas 2021”. Que a integração das TICs na educação:
 
  1. proporcione o nível de letramento digital necessário a cada etapa da educação para  que crianças e jovens possam desfrutar de inclusão digital (arte e cultura, conhecimento, governo eletrônico, redes sociais, trabalho)
  2. proporcione novas possibilidades de aprendizagem dos conteúdos curriculares estabelecidos (por meio de recursos digitais de simulação e interatividade, comunidades de aprendizagem, ferramentas de avaliação de aprendizagem)
  3. contribua para aumentar o grau de acesso de crianças, jovens e docentes à cultura (a bens simbólicos, a cultura sistematizada, às culturas juvenis próprias e de outros grupos) e a novas redes sociais.

Com foco nessas considerações aponta-se algumas sugestões e perguntas sobre as metas e níveis de consecução propostos no documento “Metas 2021” a respeito de TICs.

Indicador 13. Razão de alunos por computador.
Nível de consecução. Conseguir que a proporção entre computador e aluno se encontre entre 1/8 e 1/40 em 2015 e entre 1/1 e 1/10 em 2021.

Esta é o indicador que demanda mais debate. A primeira sugestão é acrescentar uma verificação da porcentagem de escolas com conexão rápida à Internet.

Ainda assim, é importante questionar os critérios que embasam este indicador tal como está. Talvez fosse preciso ponderar em termos de impactos ambientais, de mercado, de custos de manutenção de máquinas, atualização de softwares e de gestão o que significaria para os sistemas públicos de ensino na região tal responsabilidade e a relação custo/benefício aí implicada. Descendo a especificações do indicador, a meta de 1/1 levaria em consideração escolas com dois turnos ou esperamos escolas de turno único e o número computadores deveria ser igual à soma de alunos matriculados? Isso seria realmente necessário?  Parte-se do pressuposto de que a situação de uso de um para um no contexto escolar é a situação ótima do ponto de vista de aprendizagem. Por outro lado, modelos de uso “um para um” com mobilidade estão apenas iniciando e, embora promissores, necessitam de avaliações.

É um debate a se aprofundar. Vale questionar se o ideal não seria valorizar um equilíbrio entre número de máquinas e o acesso à conexão rápida à Internet nas escolas, chegando-se a um indicador que equilibrasse uma determinada proporção de alunos por computador com a condição de uso de internet rápida, de web 2.0 etc. A preocupação é focar este indicador na horizontalização do acesso, evitando que as médias positivas (por exemplo 1/10 ou 1/1) possam escamotear as desigualdades que caracterizam a região (escolas com 1/1 e escolas sem computadores). As perguntas são: seria mais importante garantir que todas as escolas tenham computadores com acesso à Internet em um número razoável de máquinas por aluno? Que softwares e funcionalidades devem existir em tais computadores para permitir o uso educativo de alunos e professores? A situação de uso individual do computador na escola é a ideal? Como evitar que se abra uma corrida para aumento da quantidade de máquinas oferecidas sem a implantação das devidas soluções – via de regra, complexas – para um bom aproveitamento educativo dos recursos de TICs de acordo com os programas de educação de cada país? Quais outras políticas de incentivo ao acesso individual domiciliar ou público à Internet devem ser promovidas?

Indicador 19. Freqüência de uso do computador na escola por alunos.
Nível de consecução. Conseguir que os professores e os alunos utilize o computador no processo de ensino e de aprendizagem de forma habitual em 2021.


Este indicador é inquestionável e bastante objetivo e retrata o desejo de que o uso de TICs na educação seja incorporado de forma orgânica ao cotidiano da escola, assim como outros recursos midiáticos como a TV e o rádio. Terá mais valor se for possível verificar o quanto desse uso é realizado com os recursos da Internet.

Indicador 22. Porcentagem de alunos e alunas que seguem formação científica ou técnica nos estudos pós-obrigatórios.
Nível de consecução. Aumento da escolha por estudos científicos e técnicos por alunos e alunas.


Este indicador merece destaque por sua assertividade. Além de ser um dado importante para a medição em relação a desenvolvimento e inovação tecnológica dos países, pode ser indicativo do quanto os currículos escolares são capazes de desenvolver o entendimento do funcionamento, da lógica e das estruturas tecnológicas e científicas implicadas na informática.

Finalmente, parece possível sugerir que, uma vez que se trabalha com um cenário de presença de conexão à Internet em todas as escolas, seria possível agregar aos indicadores de formação docente um indicador relativo à porcentagen de profissionais participantes de programas de formação continuada a distância em suas próprias escolas por ano; aos indicadores de mais e melhor inversão agregar a porcentagem de escolas beneficiadas por programas informáticos de gestão escolar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

ENEM alcança mais de 2,3 milhões de inscritos na primeira semana


Nos dias 2 e 3 de junho, primeiro fim de semana de inscrições, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 recebeu o registro de aproximadamente 400 mil estudantes. Até as 9 horas desta segunda-feira, 6, o total de inscrições chegou a 2,36 milhões — o processo foi aberto em 28 de maio.

São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia são as unidades da Federação com maior número de inscritos. A expectativa do Ministério da Educação é superar a marca dos 6 milhões. Pelas previsões do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), depois do primeiro fim de semana o ritmo de acesso ao sistema deve diminuir e ser retomado somente nos últimos dias de inscrições.

Os candidatos a vagas na educação superior pública têm prazo até as 23h59 do dia 15 próximo para providenciar a inscrição. Feita apenas pela internet, ela será confirmada após o pagamento da taxa, de R$ 35, até o dia 20, por meio de guia de recolhimento da União (GRU) simples. Aluno de escola pública que esteja concluindo o ensino médio e se declarar integrante de família de baixa renda está liberado do pagamento. O pedido de isenção deve ser feito no momento da inscrição, também pela internet.

As provas serão aplicadas em 3 e 4 de novembro, em todas as unidades da Federação, a partir das 13 horas (de Brasília). No primeiro dia, sábado, serão realizadas as provas de ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias, com duração de quatro horas e meia. No domingo, os estudantes terão cinco horas e meia para fazer as de matemática e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias e a redação.

A divulgação do gabarito oficial, como estabelece o edital, está prevista para 7 de novembro. O resultado final do exame estará disponível para os estudantes a partir de 28 de dezembro.

Na página do Enem na internet o candidato pode fazer a inscrição e seguir, passo a passo, todo o procedimento e o calendário relativos ao exame.

Fonte: Ministério da Educação, por Assessoria de Comunicação Social

segunda-feira, 4 de junho de 2012

16 mil pessoas participam do Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica


Com apresentações artísticas e a leitura da carta final, com 11 itens, terminou nesta sexta-feira, 1° de junho, a segunda edição do Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica. Durante a solenidade de encerramento também foi anunciada a sede da próxima edição. Será o estado de Pernambuco. 

Mais de 16 mil participantes de 30 países se reuniram ao longo da última semana durante o evento para discutir temas ligados à educação profissional e tecnológica, à sustentabilidade, à democratização e à emancipação proporcionadas pelo ensino. Todos os estados brasileiros estiveram representados no fórum. 

As discussões foram além da educação profissional em si. Os debates, conferências e palestras ressaltaram o caráter interdisciplinar do tema, interligando-o com assuntos como mercado de trabalho, reestruturação produtiva, software livre, meio ambiente – o fórum integra a lista de eventos preparatórios para a Rio+20, entre outros. 

Para a coordenadora-geral do evento e reitora do Instituto Federal de Santa Catarina, Maria Clara Kaschny Schneider, o fórum cumpriu sua missão. “Superamos a expectativa de público e de qualidade. A proposta foi levar a uma dinâmica que ampliasse o debate sobre a educação profissional e tecnológica”, explicou. 

O presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, Denio Rebello Arantes, acredita que as instituições participantes ganharam muito com os debates, palestras e conferências do evento. “Um espaço como este, multitemático e com diversidade de público, é interessante porque permite que consigamos enxergar a educação profissional de ângulos diferentes”, afirma. 

O Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica integra o Fórum Mundial de Educação e o Fórum Social Mundial. 

Homenagem – A fundadora da Pastoral da Criança, a pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, foi homenageada durante o evento. Ao longo de sua vida, a médica recebeu diversos prêmios pelo trabalho humanitário que desenvolveu. Zilda Arns morreu em 2010 durante um terremoto que devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe, matando milhares de pessoas. 

Os participantes do evento também aprovaram uma moção de apoio à Comissão da Verdade, criada pelo governo federal para investigar violações aos direitos humanos cometidas no Brasil entre 1946 e 1988. 

Mais informações sobre os cinco dias de evento podem ser obtidas no portal do evento. 

Fonte: Ministério da Educação, por Danilo Almeida.