quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A cada 100 jovens, 36 abandonam a escola antes de concluir o ensino médio


De cada 100 brasileiros com idades entre 18 e 24 anos, 36 abandonam os estudos antes de concluir o ensino médio. O dado integra o Censo Demográfico 2010 e foi divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora a taxa de abandono escolar nessa faixa etária tenha caído 11,5 pontos porcentuais entre 2000 e 2010, ainda não há motivo para comemoração. Isso porque o índice mais recente, de 36,5%, supera em dez pontos porcentuais o registrado, por exemplo, em Portugal, país que em 2010 era apenas o 27º colocado na avaliação internacional Pisa (o Brasil era o 53º). Quando comparados a resultados de nações como Suíça e Suécia (14º e 19º no Pisa, respectivamente), os números brasileiros tornam-se ainda mais preocupantes: a taxa de abandono por aqui é quase seis vezes superior à medida nas duas nações europeias.

Os dados por gênero mostram diferença significativa entre jovens do sexo masculino e feminino. Entre os brasileiros, o índice de abandono escolar chega a 41,1%, ante os 32% medido entre mulheres.

O estudo traz outro dado alarmante: dos jovens que abandonam a escola, pouco mais da metade (52,9%) não chega a completar o ensino fundamental. Outros 21,2% chegam a ingressar o ciclo médio, mas interrompem os estudos antes da conclusão. Os 25,9% restantes, de acordo com o IBGE, correspondem a pessoas que deixaram os estudos de lado após finalizar o 9º ano do ensino fundamental ou aos aos jovens sem instrução formal.

Diferenças territoriais – Os municípios que apresentam as menores taxas de abandono estão localizados na região Sul e no estado de São Paulo. São vinte cidades, com índices variando entre 6,5% a 17,2%. Do outro lado da lista, a pior situação é verificada na cidade de Doutor Ulysses, no Paraná: lá, mais de 80% dos jovens param de estudar antes concluir o ensino médio.

Em consequência do abandono, é grande o número jovens que não cursam a série adequada à sua idade. Segundo o IBGE, apenas 47,3% dos estudantes com idades entre 15 e 17 anos estão no ensino médio. Em alguns municípios, o índice é assustador. É o caso de Melgaço (PA) e Atalaia do Norte (AM), em que cerca de 5% dos jovens estão na série adequada.

Os dados recém-divulgados pelo IBGE sobre a educação brasileira vão ao encontro de outro estudo do IBGE, lançado no fim de novembro, que apontou o ensino médio como a etapa mais problemática da educação básica. O relatório revelou que 48,2% dos jovens entre 15 e 17 anos de idade não estavam na série escolar apropriada. O número difere do apresentado agora (47,3%) porque mesclava dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011 com informações fornecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Agora, com o Censo Demográfico 2010, os dados contemplam toda população.

Fonte: Revista Veja

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

As 12 tendências tecnológicas da educação brasileira até 2017


Laboratórios móveis, redes, inteligências colaborativas, geolocalização, aprendizado baseado em jogos, conteúdo aberto. Achou essa lista futurista demais para ser usado em escala nas escolas do Brasil, públicas e privadas? Talvez ela não seja tão inalcançável assim. O sistema Firjan reuniu um grupo de 30 especialistas para analisar o estado do uso da tecnologia em práticas no país e fez prognósticos sobre quais ferramentas já estarão sendo usadas em escala em um horizonte de até cinco anos.

O estudo “As Perspectivas Tecnológicas para o Ensino Fundamental e Médio Brasileiro de 2012 a 2017: Uma Análise Regional do NMC Report”, divulgado nesta semana, identifica 12 tecnologias emergentes que têm potencial para impactar o ensino, além das dez principais tendências e os dez maiores desafios da educação brasileira.

Entre as 12 tecnologias apresentadas, quatro foram apontadas entre as que devem começar a fazer parte massivamente das salas de aula em menos de um ano: ambientes colaborativos, aprendizagem baseada em jogos e os dispositivos móveis representados por celulares e tablets; outras quatro estavam entre as que devem começar a ter seu uso mais frequente em dois ou três anos: redes, geolocalização, aplicativos móveis e conteúdo aberto; e mais quatro foram podem ser esperadas em um período de quatro ou cinco anos: inteligência coletiva, laboratórios móveis, ambiente pessoal de aprendizagem e aplicações semânticas. (Alguns desses termos podem ainda não estar claros, por isso o Porvir preparou um infográfico explicativo, confira abaixo).

Feito pela primeira vez no Brasil, o estudo insere um capítulo regional ao já tradicional Horizon Report, que anualmente faz previsões sobre o uso da tecnologia no universo educacional. O panorama global permitiu também comparações entre o contexto brasileiro e o internacional. Bruno Gomes, assessor de tecnologias educacionais do Sistema Firjan e participante tanto da pesquisa global quanto da nacional, ressalta alguns pontos em que nós nos distanciamos muito do mundo. “No Brasil, a gente já consegue ver o hardware, as coisas físicas em sala de aula, como o celular e o tablet. Mas falta a internet, então tudo que é feito na nuvem ou depende de uma rede boa e estabilizada vem depois”, diz.

Por isso, enquanto nos países ibero-americanos e na pesquisa global a computação em nuvem é uma realidade esperada em um ano, os especialistas brasileiros nem sequer apostaram nela para um panorama de até cinco anos. “Outra curiosidade é que, conteúdo livre, que já está acontecendo no mundo, ainda não vai acontecer no Brasil neste ano. O brasileiro ainda é apegado à autoria”, acrescenta Gomes.

Apesar das diferenças, alguns pontos são comuns em todas as partes do mundo, principalmente no que diz respeito aos desafios encontrados. “Formação de professores é um problema para o mundo”, ressalta Gomes. No relatório divulgado durante o evento Conecta 2012, que terminou hoje, os especialistas destacam também outra relevante coincidência entre o que esperam ver no Brasil e o que está posto no mundo. “Os 30 membros do conselho deste projeto concordaram com o conselho global em relação à tendência mais importante. Eles perceberam as portas se abrindo nas escolas de educação básica no Brasil para modelos de aprendizado híbrido e colaborativo”, afirmam os autores do relatório.

TECNOLOGIAS DE SALA DE AULA – ESPECIALISTAS INDICAM 12 FERRAMENTAS QUE ESTARÃO NAS ESCOLAS ATÉ 2017
 
1 ano ou menos – Polarização de dispositivos
 
Ambientes colaborativos
Espaços online que visam facilitar a colaboração e o trabalho em grupos. Nesse tipo de ambiente, a interação acontece independente de onde os alunos estejam

Aprendizagem baseada em jogos
Interação de jogos nas experiências educacionais; os benefícios têm se comprovado em desenvolvimento cognitivo, colaboração, solução de problemas e pensamento crítico
 
Celulares
Especialmente quando se fala em smartphones, são o ponto de convergência de muitas tecnologias; permitem acesso a um volume muito grande de informações na palma da mão
 
Tablets
Como os celulares, têm a facilidade da mobilidade e possibilitam aulas dentro e fora da escola. Dispositivos aumentam o leque de recursos pedagógicos
 
2 a 3 anos – Uso dos softwares
 
Redes
Investimento em banda larga para grandes eventos esportivos e o maior número de smartphones facilitam acesso rápido, barato e fácil a todos os tipos de informação

 Geolocalização  
Ferramentas recentes permitem a determinação da localização exata de objetos físicos, além da combinação com dados sobre outros eventos, objetos ou pessoas

 Aplicativos móveis 
Nova indústria de desenvolvimento de softwares cria um universo de novas possibilidades educacionais, com compartilhamento de descobertas em tempo real
 
Conteúdo aberto
Conteúdo disponibilizado gratuitamente, via web, dá acesso não apenas à informação, mas ajuda no desenvolvimento de habilidades de pesquisa, avaliação e interpretação
 
4 a 5 anos – Apropriação dos softwares
 
Inteligência coletiva
Conhecimento existente nas sociedades ou em grandes grupos. Como hoje a produção de conhecimento não é mais um monopólio, várias redes são criadas cotidianamente
 
Laboratórios móveis
A tecnologia facilitou que pesados equipamentos, antes disponíveis apenas em bons laboratórios de ciências pudessem ser inseridos em simples celulares
 
Ambiente pessoal de aprendizagem
Formado por uma coleção pessoal de ferramentas montadas para apoiar seu próprio aprendizado; lista é organizada de forma independente e é focada em objetivos individuais
 
Aplicações semânticas
Aplicativos que organizam informações de várias fontes e fazem associações entre elas, apresentando o resultado de forma atraente ao usuário

Fonte: Horizon Report (Brasil 2012)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Destinar royalties à educação é investir no futuro, diz Dilma

A destinação de recursos dos royalties do petróleo para a área da educação foi tema abordado hoje pela presidente Dilma Rousseff no programa semanal de rádio `Café com a Presidenta`. `Eu enviei ao Congresso uma Medida Provisória que destina todos os royalties e as participações especiais arrecadados com as futuras concessões de petróleo e gás para a educação e 50% do Fundo Social, que é integrado pelos recursos do pré-sal`, disse Dilma. Segundo a presidente, esse será `o maior investimento que o Brasil vai fazer no presente e no futuro de todos os seus filhos`.
 
A presidente vetou nesta sexta-feira a mudança na forma de dividir os royalties de petróleo recolhidos nos campos já em exploração e confirmou que o dinheiro que for obtido com a compensação em novas áreas terá de ser aplicado na educação. O veto vai gerar nova batalha no Congresso liderada pelos parlamentares que representam Estados e municípios que pouco produzem petróleo no País.

A presidente argumentou também no programa de rádio desta manhã que o governo está trabalhando para construir uma economia mais forte e mais competitiva, e uma sociedade mais justa, com mais oportunidades, com renda maior, emprego melhor, ascensão social e conquista de direitos para todos. `Nenhuma criança brasileira pode ficar de fora`, destacou. A nova MP à qual se referiu a presidente deve ser publicada em edição extra do Diário Oficial da União.

Dilma iniciou o programa falando sobre o programa `Brasil Carinhoso`. `A partir deste mês, a renda das famílias com crianças e jovens, de 7 a 15 anos de idade, vai ser complementada para que cada uma das pessoas tenha renda de pelo menos R$ 70 por mês`, explicou. Ela lembrou que o programa foi ampliado e passou a pagar também para as famílias com filhos de 7 a 15 anos de idade (antes atendia famílias com crianças entre zero e seis anos). Dilma ressaltou que 42% dos brasileiros que vivem hoje na extrema pobreza têm menos de 15 anos de idade.

De acordo com a presidente, nos seis meses da primeira fase do Brasil Carinhoso foi possível tirar da extrema pobreza mais de 9 milhões de pessoas, contando as crianças até 6 anos e suas famílias. `Com a expansão para as famílias com filhos de 7 a 15 anos, vamos beneficiar, ao todo, 16,4 milhões de pessoas em todo o País`, defendeu.

Dilma, entretanto, disse que essa mobilização no combate à pobreza começou com a criação do Bolsa Família, há 9 anos. `Se não fosse o Bolsa Família, ainda teríamos 36 milhões de pessoas na pobreza extrema. Fomos aperfeiçoando e agora temos que continuar e podemos acabar de vez com a miséria no nosso País`, disse a presidente.

Fonte: Agência Estado