terça-feira, 30 de outubro de 2012

Currículo escolar deve levar em conta o uso da internet, segundo pesquisa

Uma pesquisa realizada na FE/USP (Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo) constatou que, apesar do crescimento do uso da internet pelos jovens, a educação pública não acompanhou esta evolução. “Com tantas mudanças no mundo, o currículo das escolas não se alterou”, revela a professora Juliana Santos Albach, autora do estudo. Ela entrevistou cerca de 25 alunos do último ano do ensino fundamental de uma escola em São Paulo para chegar às conclusões do trabalho.
 
Todos os estudantes analisados contaram que usam a internet corriqueiramente em suas vidas. Os professores conhecem esse fato, mas o currículo das escolas não atenta para isso: as tarefas não têm orientação para a pesquisa na rede. A instituição de ensino não se prepara para propor ou receber trabalhos utilizando essa ferramenta.

O uso da internet para auxiliar em pesquisas para a escola é unânime entre os alunos entrevistados. Existe, porém, uma visão geral entre eles de que os trabalhos não são aproveitados. “Eles acham que estes trabalhos vão para o lixo”, conta Juliana. Por falta de orientação e retorno, as tarefas escolares acabam ficando sem significado.

Os alunos contaram que não existe problematização do tema dentro da sala de aula. “Ninguém discute o assunto”, conta a pesquisadora. “O currículo escolar é estático”, ressalta. A pesquisa, intitulada Os usos que os jovens fazem da internet: relações com a escola, procurou exatamente tornar a questão pauta do debate acadêmico, embora não dê proposições para uma possível reforma do currículo. Ela foi orientada na dissertação de mestrado pelo professor Jaime Francisco Parreira Cordeiro.

Recomendações

Alguns estudantes revelaram que a Wikipédia chega a ser recomendada por alguns professores como fonte de pesquisa. Isso demonstra que as possibilidades da internet não foram totalmente compreendidas, visto que a ideia de se pesquisar em uma enciclopédia, como se fazia antes do advento dessa ferramenta, ainda é utilizada. Essa forma de pesquisa é apenas uma reconstrução do mesmo método usado há muito tempo em outra plataforma.

Aparentemente, ao menos na fala dos alunos, há uma falta de orientações e recomendações para a execução dos trabalhos requeridos, fazendo com que os alunos criem critérios próprios para fazer trabalhos usando a internet. Ações como checagem de informações em mais de um site e procura por termos bem específicos em sites de busca apareceram nas falas dos alunos como formas de tornar as pesquisas mais precisas.

“Essas maneiras de pesquisa parecem não ser aprendidas formalmente”, constata, porém, a professora. “Pelo que percebi, os critérios parecem ser intuitivos”, complementa. Após o uso constante da ferramenta, os estudantes, por conta própria, aprendem uma forma de pesquisa que parece ser mais segura. Existe uma aula de informática onde esse tipo de competência deveria ser abordada, mas, no âmbito da investigação não se pode perceber se esta aula contribui para a aprendizagem dos procedimentos que os alunos utilizam.

De acordo com as entrevistas, o que é cobrado pelos professores é que os trabalhos não sejam simplesmente copiados de sites. Os alunos têm de parafrasear, juntar ou resumir as informações obtidas, porém sem orientação específica para isso. Para Juliana, essas questões trazem problemas e “o currículo escolar precisa se remodelar”. O objetivo da pesquisadora é, em uma tese de doutorado futura, discutir o tema sob o ponto de vista dos professores.

Fonte: Agência USP

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Participe do Concurso Cultural: seu jeito de aprender e concorra a um Iphone 5.

Para participar acesse o site: http://www.seujeitodeaprender.com.br/index.php

Educação: uma agenda urgente!

Com o objetivo de impulsionar e estabelecer compromissos para o cumprimento das 5 Metas do Todos Pela Educação, o movimento e parceiros realizaram, em setembro de 2011, em Brasília, o Congresso Internacional ‘Educação: uma Agenda Urgente’, que reuniu lideranças nacionais e internacionais em um debate democrático para criar as articulações necessárias à implementação eficiente das políticas educacionais.
 
Para fazer com que o conteúdo desses debates chegue a todos os gestores de Educação e sociedade civil, conforme informado ao longo do Congresso, o Todos Pela Educação e a Editora Moderna realizaram uma consolidação das reflexões de cada uma das sessões e de suas reuniões preparatórias que resultou nessa publicação, ‘Educação: Uma Agenda Urgente’.

Os oito temas escolhidos para o debate nesse evento, e agora organizados nesse livro, estão intimamente relacionados. Carreira do magistério atraente e professores bem formados; definição das expectativas de aprendizagem articulada com a avaliação externa e com a formação inicial e continuada dos professores; gestão educacional em ambiente de cooperação entre os entes federativos e entre os três poderes; a importância da equidade e da Educação como direito; a necessidade de se ampliar a jornada e seus impactos na organização das redes e tempos escolares.

A sessão especial, realizada no fechamento do Congresso, reuniu movimentos e organizações da sociedade civil da América Latina que trabalham pela melhora pela qualidade de Educação em seus países, para troca de experiências e lançamento da Rede Latino-americana de Organizações da Sociedade Civil pela Educação (Reduca).

Essa publicação tem como principal objetivo contribuir para o debate nacional sobre Educação e para a implementação de políticas públicas que assegurem a oferta de Educação Básica de qualidade para todas as crianças e jovens brasileiros  nos próximos anos.

Clique aqui e acesse a publicação.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Plano Nacional de Educação apresenta 20 metas


Entre as 20 metas do Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020, aprovado no dia 16 de outubro pela Câmara dos Deputados e a ser encaminhado para exame do Senado Federal, estão a de universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de quatro e cinco anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a atender a 50% da população de até três anos.
 
O plano pretende ainda universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda população de seis a 14 anos, bem como universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% nesta faixa etária.

Outra meta é a de universalizar, para a população de quatro a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.

O plano também pretende alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de idade; oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica; e atingir médias nacionais progressivas para o Ideb até 2021.

Há também a meta de elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos, de modo a alcançar o mínimo de 12 anos de estudo para as populações do campo, região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional.

Analfabetismo

Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional é outra das metas do PNE 2011-2020.

O plano também pretende oferecer o mínimo de 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, além de duplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta.

Outra meta é a de elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50%, e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta. O governo também quer elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para 75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35% doutores.

O plano também pretende elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores. Pretende garantir ainda, em regime de colaboração entre a União, estados, Distrito Federal e municípios, que todos os professores da educação básica tenham formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

Valorização

Outro objetivo é o de formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu e garantir a todos formação continuada em sua área de atuação.

O plano apresenta ainda as metas de valorizar o magistério público da educação básica, a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de 11 anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente; assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino.

A última meta prevista no plano é a de garantir, mediante lei específica aprovada nos estados, Distrito Federal e municípios, a nomeação comissionada de diretores de escola vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Número de redações inválidas no Enem sobe 168% entre 2009 e 2011


Desde 2009, quando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ganhou status de vestibular, o número de redações anuladas vem crescendo a cada ano. A quantidade de textos invalidados aumentou 168% entre 2009 e 2011, contra um crescimento de 59% no número de redações corrigidas. Os dados mantêm relação com mudanças nas regras de correção, com as diferentes propostas de redação a cada edição do exame e também com o perfil dos inscritos, segundo especialistas.
 
No último Enem, o de 2011, foram anuladas 137.161 redações – o que representa 2,5% do total de pessoas que fizeram a prova, contando quem a entregou em branco. O Estado obteve os dados das últimas cinco edições do Enem por meio da Lei de Acesso à Informação. Os números foram enviados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo Enem.

Na comparação entre 2007 e 2011, a alteração nesse panorama é ainda maior. Enquanto a variação de textos corrigidos foi de 50%, o aumento de textos anulados ficou em 661%. Em 2007, apenas 18.030 textos foram anulados. Já o número de redações entregues em branco – que inclui os faltosos – cresceu 71,5% entre 2007 e 2011.

Para o Inep, `a quantidade de redações identificadas como `anuladas/fuga ao tema` apresenta uma relação direta com o tema da redação proposto para cada edição do Enem`. Mas isso não explica tudo. Segundo o professor Maurício Kleinke, coordenador do vestibular da Universidade de Campinas (Unicamp), era de se esperar que a partir de 2009 houvesse cada vez mais redações anuladas. O motivo é o uso variado do exame.

Além de vestibular, o Enem passou a ser usado após 2009 como certificação do ensino médio e de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além de critério para bolsas no Programa Universidade Para Todos (ProUni) e financiamento estudantil.

`O Enem começou a ser mais procurado por pessoas que estão afastadas do sistema educacional`, diz Kleinke. No último Enem, 46% dos inscritos tinham mais de 21 anos. O professor lembra que a realidade socioeconômica é preponderante para o desempenho na redação. `O Enem atende um público muito variado.`

Essa abrangência de usos é espelhada nas regras para correção da prova, principalmente no tamanho do texto. O candidato que escrever oito linhas já garante o direito de ter nota – caso não desrespeite outros critérios. Além de não seguir o tamanho mínimo, um candidato terá zero se fugir ao tema proposto, escrever impropérios, desenhos ou outras formas propositais de anulação ou não obedecer à estrutura de texto dissertativo argumentativa.

Correção

Professor aposentado de Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Rogério Chociay defende que o Enem tenha critérios de correção variados para cada perfil de candidato. `Não afasto o despreparo dos corretores, mas a falta de qualidade dos textos é a maior responsável pelas anulações. Os concluintes têm desempenho diferente de quem saiu do EJA`, diz.

Chociay faz uma ressalva: o porcentual de anulações, apesar de ter crescido, é baixo. Kleinke, da Unicamp, concorda. O ex-presidente do Inep João Batista Gomes Neto vai mais longe e diz que os números expõem as falhas do ensino médio. `O problema da educação no Brasil é gravíssimo. E, dentro desse problema, o da redação é o mais grave, pois as pessoas não sabem escrever.`

Rigor

Na última edição do Enem, o MEC já havia promovido alteração nos critérios da redação, com a diminuição da discrepância de notas entre os dois primeiros corretores para que o texto tivesse nova correção. Para a próxima edição, nova mudança: diminuiu ainda mais a discrepância, agora para 200 pontos. Também há limite de diferença em cada uma das cinco competências avaliadas.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Para Mercadante, mudar ensino médio será `difícil`, pois maioria das escolas são estaduais


O ministro da Educação Aloizio Mercadante disse nesta quinta-feira (18 de outubro) que qualquer mudança no ensino médio `vai ser de difícil aplicação` porque 86% do sistema é gerido pelos Estados. A afirmação foi feita durante a terceira reunião do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), em Florianópolis.
 
A reunião com secretários de educação estaduais tinha por objetivo produzir um diagnóstico sobre o ensino médio público no país. Segundo a Pnad 2011 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), caiu o número de jovens entre 15 e 17 anos que estudam, 1,7 milhão de jovens nessa idade está fora das escolas.

O ministro considerou que as propostas mais importantes dos membros do conselho para melhorar o ensino médio são “o redesenho do currículo” e a “formação de professores, com a oferta de mais vagas nas universidades e treinamento contínuo para os que já estão lecionando”.

Os secretários pediram escolas em tempo integral e mais escolas noturnas. O ministro disse aos educadores que a integral é uma prioridade do governo, mas “que não dá para fazer isso de uma só vez em todo país”.

Sobre os 1,7 milhão de jovens em idade escolar fora da escola, ele disse que “o mais importante é ter uma política que impeça que isto aconteça”. Para resgatá-los, Mercadante afirmou são jovens que sairam para trabalhar, mas que o governo vai “tentar buscá-los com o Pronatec [programa nacional de ensino técnico e capacitação] e o EJA [para jovens e adultos]`.

Na mudança do currículo, ele disse que “o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] deverá refletir integração em matemática, português, ciências da terra e ciências humanas”, o que hoje não acontece porque existe `uma cultura enciclopédica`.

Enem

Sobre formação, Mercadante afirmou que “o MEC e os estados vão distribuir tablets para todos os professores do ensino médio no início de 2013. Os professores são do século 20, analógicos, os alunos são digitais, do 21. Então, vamos dar os equipamentos e treiná-los no uso deles”.

Ele disse que o Ideb e o Enem vão continuar como estão. Para o ministro, “o Ideb é só uma amostra educacional. Não vamos alterar a série histórica. O Enem é a novidade. Está quase censitário. Porque só este ano, de 1 milhão e 800 mil na idade ideal, 1 milhão e 500 vão realizar o exame”.

Mercadante acredita que “hoje os alunos estão motivados pelo Enem, porque além (das possibilidades) de financiamentos do governo, teremos as cotas, que vão permitir que alunos do ensino médio da rede pública entrem nas universidades federais”.

Os secretários reunidos no evento deveriam produzir um diagnóstico da situação do ensino médio nas cinco regiões do país. A presidente do Consed, Maria Nilene da Costa, disse que o prazo foi exíguo e nova reunião foi marcada para 7 de dezembro.

Mercadante participou do evento, realizado a portas fechadas, em um hotel na praia dos Ingleses. Em seguida, foi visitar uma escola estadual modelo na Grande Florianópolis.

Fonte: Renan Antunes de Oliveira – UOL Educação

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Nível socioeconômico é responsável por 80% da nota de escola no Enem, aponta estudo da USP

A renda familiar, a escolaridade dos pais e outros fatores socioeconômicos explicam 80% da média das escolas com mais de 10 alunos prestando o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Os outros 20% podem ser creditados ao mérito da própria escola.
 
Esses resultados foram obtidos pelo pesquisador Rodrigo Travitzki, doutorando da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo) ao analisar dados do Enem dos anos 2009 e 2010 para sua pesquisa de doutorado. O objetivo do estudo era saber até que ponto o ranking de escolas do Enem tem validade como indicador de qualidade escolar.

“O ranking atual serve mais para as elites do que para o governo e a sociedade, pois as escolas melhor colocadas são aquelas cujos alunos tiveram as melhores notas. Mas se a escola recebe no ensino médio um aluno bom cuja nota da prova também foi boa, significa que ela manteve a qualidade do aluno ao longo do período`, diz.

`Entretanto, quando a escola recebe um aluno péssimo, mas que na prova do Enem consegue um resultado mediano, significa que ela conseguiu melhorar o aluno ao longo dos anos, fato que atualmente não é considerado no ranking”, completa o pesquisador, que leciona Biologia para o ensino médio.

Para Travitzki, o ranking de escolas atual fornecido pelo Enem pode empobrecer a educação brasileira por dois motivos. “As escolas começam a se preocupar mais com os bons resultados em testes e podem começar a esquecer de outros elementos importantes para o aprendizado, como a inteligência emocional e a capacidade de trabalhar em grupo, por exemplo. O segundo ponto é que o ranking tende a aumentar as desigualdades, pois favorece as escolas que tiveram as melhores notas e prejudica as que tiveram notas ruins.”

A pesquisa está sendo realizada para o doutorado-sanduíche de Travitzki pela Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo) e pela Universidade de Barcelona, na Espanha. De abril a agosto de 2012, o pesquisador esteve na universidade espanhola onde trabalhou com os microdados do Enem coletados por meio do site do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Os dados obtidos após o processo de filtragem são de cerca de 1 milhão de alunos para cada ano.

Travitzki analisou especificamente o questionário que os alunos respondem com informações sobre a situação sociocultural e econômica da família, como renda familiar e escolaridade dos pais, e que permite identificar o perfil dos participantes. Com base nesta análise, Travitzki está propondo um outro ranking de escolas para o Enem.

“A ideia é ranquear as escolas com base na nota do Enem de formas mais justas, equitativas, e informativas. O que eu proponho é um modo novo de olhar para o ranking”, destaca o professor. A divulgação do novo ranking deverá ocorrer em março de 2013, quando está prevista a defesa da tese.

Dentro da ótica do novo ranking, uma escola de periferia, que ocupa um lugar desfavorável no ranqueamento atual, pode ser muito melhor conceituada na análise realizada por Travitzki caso tenha alunos com uma boa pontuação no Enem.

Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio foi criado em 1998, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com o objetivo de fornecer uma avaliação do ensino médio brasileiro. Na gestão do ex-presidente Lula (e que se estende aos dias atuais, na gestão da presidenta Dilma Rousseff), a nota do Enem passou a ser utilizada para a conquista de vagas em universidades privadas – via Prouni (Programa Universidade para Todos) por meio da concessão de bolsas de estudo em cursos de graduação -, e também na conquista de vagas em universidades federais brasileiras.

O ranking das escolas é divulgado desde 2006 e é baseado nas notas dos alunos no exame. A prova é composta por 45 questões de 4 áreas do conhecimento, totalizando 180 questões.

Fonte: Valéria Dias – Da Agência USP de Notícias – UOL Educação

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Valorização dos profissionais da educação será tema da Semana da Ação Mundial, em 2013

No próximo ano, a Semana de Ação Mundial (SAM) completa sua décima primeira edição e vai debater a valorização dos profissionais da educação. A SAM está prevista para ocorrer no mês de abril.
 
A Semana de Ação Mundial (SAM) é uma iniciativa da Campanha Global pela Educação (CGE) e acontece simultaneamente em mais de 100 países, desde 2003. O objetivo é fazer uma grande pressão internacional sobre líderes e políticos para que cumpram tratados e leis nacionais e internacionais para garantir educação pública de qualidade para todas e todos.

No Brasil, a Semana é coordenada pela Campanha Nacional pelo Direto à Educação, que articula parcerias com organizações da sociedade civil, mobiliza os participantes, produz e distribui materiais de apoio e realiza inúmeras atividades junto com os diversos parceiros.

Situação no Brasil

Para a grande maioria dos trabalhadores na educação em nosso país, exercer a profissão significa enfrentar condições precárias de trabalho e receber salários baixos, além dos outros desafios relacionados à aprendizagem e ao cotidiano escolar.

O Brasil possui quase dois milhões de professores na educação básica, sendo 82% (1,6 milhão) mulheres, de acordo com os dados da Sinopse do Professor (2009), levantamento feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O estudo “Remuneração e características do trabalho docente no Brasil: um aporte”, divulgado pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo José Marcelino de Rezende Pinto e Thiago Alves, em agosto de 2011, mostra que o nível socioeconômico dos professores e o rendimento salarial são menores que os de outros profissionais com nível de formação equivalente ou mesmo inferior no Brasil.

De acordo com o estudo, 51,3% dos professores da educação básica possuem uma jornada de trabalho igual ou superior a 40 horas semanais. Para complementar a renda, 10% dos professores recorrem a “bicos” – o que significa que 266 mil professores brasileiros possuem uma segunda ocupação.

SAM 2013

Para a Campanha, a Semana é uma importante oportunidade para debater temas ligados à educação, produzir e compartilhar conhecimentos e realizar ações de mobilização e de pressão política em defesa da educação pública de qualidade no Brasil.

Em 2012, a Semana de Ação Mundial teve como tema a educação infantil e envolveu mais de 120 mil participantes, em 24 estados e no Distrito Federal (em breve relatório completo será divulgado).

Para o próximo ano, a Campanha planeja estimular os diversos atores da sociedade a refletir sobre a valorização dos profissionais da educação e o direito à educação de qualidade. Além de reconhecer a importância de professores e professoras, a SAM dará a oportunidade de debater a valorização de outros trabalhadores da educação, como merendeiras, pessoal da limpeza, técnicos e gestores.

Entre muitos assuntos, vamos tratar de políticas de formação inicial e contínua de qualidade aos docentes, garantia de remuneração segundo a Lei do Piso, precarização do trabalho e planos de carreira, condições de trabalho, desafios para o exercício da profissão frente às transformações sociais na atualidade, além do financiamento necessário para a educação pública de qualidade.

Como participar?

Qualquer pessoa, grupo ou organização pode participar da SAM, discutindo o tema e realizando atividades em creches, escolas, universidades, sindicatos, praças, bibliotecas, conselhos e secretarias, envolvendo todos os que se interessam pela defesa da educação pública e de qualidade no Brasil.

Em conjunto com diversos parceiros, a Campanha começará a preparar diversos tipos de materiais com subsídios para contribuir com a realização de atividades em todo o país. Para saber como participar ou apoiar a SAM em seu local ou no Brasil, basta entrar em contato pelo email sam@campanhaeducacao.org.br.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Crianças digitais: elas estão crescendo assim ou nascendo assim?


Figurinhas, bolinhas de gude, esconde-esconde e outras brincadeiras: jogos do passado que felizmente nos acompanharam durante a infância. Certamente, muitos leitores nascidos nos anos 60 e 70 lembram com carinho e nostalgia da primeira vez que tiveram a ajuda de seus pais para aprender a andar de bicicleta ou dos campeonatos de bolinhas de gude na escola. No entanto, parece que, para as crianças de hoje, suas lembranças de infância estarão ligadas à aquisição do seu primeiro celular ou do primeiro computador pessoal. Elas nascem com conhecimentos incorporados e são chamadas de crianças digitais. 

Adotar novas práticas e convertê-las em hábito requer uma preparação cultural constante. É possível observar ao longo da história que o sucesso de uma invenção começa quando existe uma necessidade por parte da sociedade, que deve estar preparada para recebê-la. No entanto, o historiador e sociólogo Lewis Mumford destaca que, entre 1700 e 1850, a técnica se apoderou da imaginação: as máquinas e os objetos que a sociedade produzia eram desejados rapidamente. De alguma maneira, o sucesso não depende do objeto criado, mas sim da compreensão do seu uso, quer dizer, a função que as pessoas encontram nele.

Desde muito pequenas, as crianças mantêm uma relação com a tecnologia que alguns adultos jamais chegarão a alcançar. Os computadores voltados ao público infantil têm uma vida útil inferior a de dez anos atrás. Por isso eles preferem jogar nos dispositivos dos adultos e utilizam todas as ferramentas tecnológicas com grande facilidade e rapidez.

Estas crianças nasceram na era digital e crescem conhecendo as novas invenções; são atraídas pelos desenvolvimentos tecnológicos e desejam possuí-los. Ao interagir com seus jogos e brinquedos começam a amadurecer e a se preparar para o futuro, muitas vezes sem nem se dar conta disso.

Nos últimos anos, governos e empresas têm trabalhado em conjunto para que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) sejam incorporadas às salas de aula de forma adequada e efetiva. A televisão também estimula a convergência nas telas. Canais infantis da TV a cabo, por exemplo, recomendam que as crianças acessem suas páginas web para baixar conteúdo lúdico.

O que muitas vezes esquecemos é que as crianças de hoje serão os adultos de amanhã, motivo pelo qual devemos trabalhar e incentivar os valores que desejamos que perdurem ao longo do tempo. O fato é que os pais e as diferentes instituições – sejam elas públicas ou privadas – precisam saber acompanhar o crescimento e a evolução desta nova geração. O apoio dos adultos e de toda a cadeia educacional é fundamental para que os jovens façam bom uso das novas tecnologias e possam aplicá-las em seu benefício e da sociedade. No final de tudo, o que vale mesmo é incentivar e apoiar os interesses destas crianças, para que no futuro, seus sonhos se tornem realidade.

Fonte: Rubem Saldanha – Coluna Livre – Portal Aprendiz – São Paulo, SP

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Escolas não devem adotar tablet só porque é moda, conclui debate!



O tablet não deve ser usado por escolas só porque `é moda`. Para que o aparelho entre em sala de aula, é preciso antes desenvolver um projeto pedagógico para seu uso e preparar o professor.
Essa foi uma das sugestões do debate `Tablet na Infância - Educação e Entretenimento`, realizado no dia 08 de outubro, no Teatro Folha, em São Paulo. O encontro, promovido pela `Folhinha`, teve parceria do Instituto Ayrton Senna e foi acompanhado por 190 pessoas, a maioria professores e pais. Durou quase três horas e foi caloroso, com embate entre ideias opostas e manifestação da plateia.

`Se a escola pede tablet no material escolar, o ideal é que tenha um plano pedagógico. Se não sabe como será usado, recomendo que o pai não compre. E mais: eu tiraria meu filho de uma escola assim`, disse Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil, ONG que trabalha com segurança na internet.

Outro alerta é que o tablet não tenha acesso 3G e funcione pela rede da escola, o que possibilita um maior controle da navegação do aluno.

O conflito de opiniões entre a psicóloga Andrea Jotta, do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, e Valdemar W. Setzer, professor do departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP, mobilizou a plateia.

Setzer foi o único debatedor radicalmente contra o uso de aparelhos eletrônicos e da internet na educação infantil. `Spam existe porque adultos são inocentes e caem. Agora, imagine criança!`, exclamou ele. `Elas são ingênuas e estão sendo usadas para testar tecnologias`, disse.

Para Setzer, as crianças devem ser incentivadas a brincar com produtos não eletrônicos. Jotta discordou do professor em diversas ocasiões -e chegou a ser interpelada por uma espectadora, que defendeu Setzer. `As crianças dão conta de desenhar no tablet, no papel, de conversar com as pessoas ao vivo e no mundo virtual. Se os adultos conseguem educar essas crianças é outro ponto. O descontrole que a gente vê é do adulto`, afirmou Jotta.

Mas todos concordaram em um ponto: a participação ativa dos educadores no desenvolvimento das crianças. `Pais e professores têm que estar perto das crianças. Eu me preocupo mais com isso do que com o uso de tablet e internet`, disse Adriana Martinelli, coordenadora da área de tecnologia e educação do Instituto Ayrton Senna.

Convidada à discussão, a psicóloga Rosely Sayão, colunista da Folha, não pôde comparecer.
O debate foi mediado pela editora da `Folhinha`, Laura Mattos, e pelo editor do caderno `Tec`, Leonardo Cruz.

Fonte: Laura Mattos - Leonardo Cruz - Folha de São Paulo - 10/10/2012 - São Paulo, SP

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Isadora Faber é escolhida para participar de campanha do Facebook


A estudante Isadora Faber, de Florianópolis (SC), criadora da fan page 'Diário de Classe', no Facebook, foi uma das personalidades selecionadas pelo Facebook para participar da campanha de comemoração da marca de 1 bilhão de usuários ativos, anunciada nesta quinta-feira (4).

A pergunta a ser respondida era 'Um bilhão significa: membros da comunidade do Facebook compartilham o que eles fariam se pudessem se conectar a 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo'

Na rede social, Isadora respondeu "Gostaria que estudantes do mundo inteiro tivessem direito e acesso a uma educação digna e moderna. Tenho certeza que, se todo mundo fizer um pouquinho, juntos poderemos mudar a educação, e assim, deixar o planeta mais justo e melhor para todos!".

Até as 7h50 da manhã deste sábado (6) a resposta de Isadora na rede social tinha 2.522 curtidas, 1296 compartilhamentos e 243 comentários.

Em sua página, a jovem de 13 anos comenta: "Fiquei muito feliz por ser escolhida entre mais de 50 milhões páginas no Facebook Brasil. Muito obrigada galera do facebook, foi um presentão pra mim".

Diversas personalidades brasileiras foram escolhidas para participar, entre elas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o jornalista Gilberto Dimenstein, o Diretor da Campus-party Brasill Mario Teza, o empreendedor do site Peixe Urbano, Julio Vasconcelos, e as apresentadoras Ana Maria Braga e Luciana Gimenez.