O ministro da Educação Aloizio Mercadante disse nesta quinta-feira
(18 de outubro) que qualquer mudança no ensino médio `vai ser de difícil
aplicação` porque 86% do sistema é gerido pelos Estados. A afirmação
foi feita durante a terceira reunião do Consed (Conselho Nacional de
Secretários de Educação), em Florianópolis.
A reunião com secretários de educação estaduais tinha por objetivo
produzir um diagnóstico sobre o ensino médio público no país. Segundo a
Pnad 2011 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), caiu o número
de jovens entre 15 e 17 anos que estudam, 1,7 milhão de jovens nessa
idade está fora das escolas.
O ministro considerou que as propostas mais importantes dos membros
do conselho para melhorar o ensino médio são “o redesenho do currículo” e
a “formação de professores, com a oferta de mais vagas nas
universidades e treinamento contínuo para os que já estão lecionando”.
Os secretários pediram escolas em tempo integral e mais escolas
noturnas. O ministro disse aos educadores que a integral é uma
prioridade do governo, mas “que não dá para fazer isso de uma só vez em
todo país”.
Sobre os 1,7 milhão de jovens em idade escolar fora da escola, ele
disse que “o mais importante é ter uma política que impeça que isto
aconteça”. Para resgatá-los, Mercadante afirmou são jovens que sairam
para trabalhar, mas que o governo vai “tentar buscá-los com o Pronatec
[programa nacional de ensino técnico e capacitação] e o EJA [para jovens
e adultos]`.
Na mudança do currículo, ele disse que “o Enem [Exame Nacional do
Ensino Médio] deverá refletir integração em matemática, português,
ciências da terra e ciências humanas”, o que hoje não acontece porque
existe `uma cultura enciclopédica`.
Enem
Sobre formação, Mercadante afirmou que “o MEC e os estados vão
distribuir tablets para todos os professores do ensino médio no início
de 2013. Os professores são do século 20, analógicos, os alunos são
digitais, do 21. Então, vamos dar os equipamentos e treiná-los no uso
deles”.
Ele disse que o Ideb e o Enem vão continuar como estão. Para o
ministro, “o Ideb é só uma amostra educacional. Não vamos alterar a
série histórica. O Enem é a novidade. Está quase censitário. Porque só
este ano, de 1 milhão e 800 mil na idade ideal, 1 milhão e 500 vão
realizar o exame”.
Mercadante acredita que “hoje os alunos estão motivados pelo Enem,
porque além (das possibilidades) de financiamentos do governo, teremos
as cotas, que vão permitir que alunos do ensino médio da rede pública
entrem nas universidades federais”.
Os secretários reunidos no evento deveriam produzir um diagnóstico da
situação do ensino médio nas cinco regiões do país. A presidente do
Consed, Maria Nilene da Costa, disse que o prazo foi exíguo e nova
reunião foi marcada para 7 de dezembro.
Mercadante participou do evento, realizado a portas fechadas, em um
hotel na praia dos Ingleses. Em seguida, foi visitar uma escola estadual
modelo na Grande Florianópolis.
Fonte: Renan Antunes de Oliveira – UOL Educação
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