quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
A cada 100 jovens, 36 abandonam a escola antes de concluir o ensino médio
De cada 100 brasileiros com idades entre 18 e 24
anos, 36 abandonam os estudos antes de concluir o ensino médio. O dado
integra o Censo Demográfico 2010 e foi divulgado nesta quarta-feira pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora a taxa
de abandono escolar nessa faixa etária tenha caído 11,5 pontos
porcentuais entre 2000 e 2010, ainda não há motivo para comemoração.
Isso porque o índice mais recente, de 36,5%, supera em dez pontos
porcentuais o registrado, por exemplo, em Portugal, país que em 2010 era
apenas o 27º colocado na avaliação internacional Pisa (o Brasil era o
53º). Quando comparados a resultados de nações como Suíça e Suécia (14º e
19º no Pisa, respectivamente), os números brasileiros tornam-se ainda
mais preocupantes: a taxa de abandono por aqui é quase seis vezes
superior à medida nas duas nações europeias.
Os dados por gênero mostram diferença significativa
entre jovens do sexo masculino e feminino. Entre os brasileiros, o
índice de abandono escolar chega a 41,1%, ante os 32% medido entre
mulheres.
O estudo traz outro dado alarmante: dos jovens que
abandonam a escola, pouco mais da metade (52,9%) não chega a completar o
ensino fundamental. Outros 21,2% chegam a ingressar o ciclo médio, mas
interrompem os estudos antes da conclusão. Os 25,9% restantes, de acordo
com o IBGE, correspondem a pessoas que deixaram os estudos de lado após
finalizar o 9º ano do ensino fundamental ou aos aos jovens sem
instrução formal.
Diferenças territoriais – Os municípios que
apresentam as menores taxas de abandono estão localizados na região Sul e
no estado de São Paulo. São vinte cidades, com índices variando entre
6,5% a 17,2%. Do outro lado da lista, a pior situação é verificada na
cidade de Doutor Ulysses, no Paraná: lá, mais de 80% dos jovens param de
estudar antes concluir o ensino médio.
Em consequência do abandono, é grande o número jovens
que não cursam a série adequada à sua idade. Segundo o IBGE, apenas
47,3% dos estudantes com idades entre 15 e 17 anos estão no ensino
médio. Em alguns municípios, o índice é assustador. É o caso de Melgaço
(PA) e Atalaia do Norte (AM), em que cerca de 5% dos jovens estão na
série adequada.
Os dados recém-divulgados pelo IBGE sobre a educação
brasileira vão ao encontro de outro estudo do IBGE, lançado no fim de
novembro, que apontou o ensino médio como a etapa mais problemática da
educação básica. O relatório revelou que 48,2% dos jovens entre 15 e 17
anos de idade não estavam na série escolar apropriada. O número difere
do apresentado agora (47,3%) porque mesclava dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011 com informações fornecidas pelo
Ministério da Educação (MEC). Agora, com o Censo Demográfico 2010, os
dados contemplam toda população.
Fonte: Revista Veja
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
As 12 tendências tecnológicas da educação brasileira até 2017
Laboratórios móveis, redes, inteligências colaborativas,
geolocalização, aprendizado baseado em jogos, conteúdo aberto. Achou
essa lista futurista demais para ser usado em escala nas escolas do
Brasil, públicas e privadas? Talvez ela não seja tão inalcançável assim.
O sistema Firjan reuniu um grupo de 30 especialistas para analisar o
estado do uso da tecnologia em práticas no país e fez prognósticos sobre
quais ferramentas já estarão sendo usadas em escala em um horizonte de
até cinco anos.
O estudo “As Perspectivas Tecnológicas para o Ensino
Fundamental e Médio Brasileiro de 2012 a 2017: Uma Análise Regional do
NMC Report”, divulgado nesta semana, identifica 12 tecnologias
emergentes que têm potencial para impactar o ensino, além das dez
principais tendências e os dez maiores desafios da educação brasileira.
Entre as 12 tecnologias apresentadas, quatro foram
apontadas entre as que devem começar a fazer parte massivamente das
salas de aula em menos de um ano: ambientes colaborativos, aprendizagem
baseada em jogos e os dispositivos móveis representados por celulares e
tablets; outras quatro estavam entre as que devem começar a ter seu uso
mais frequente em dois ou três anos: redes, geolocalização, aplicativos
móveis e conteúdo aberto; e mais quatro foram podem ser esperadas em um
período de quatro ou cinco anos: inteligência coletiva, laboratórios
móveis, ambiente pessoal de aprendizagem e aplicações semânticas.
(Alguns desses termos podem ainda não estar claros, por isso o Porvir
preparou um infográfico explicativo, confira abaixo).
Feito pela primeira vez no Brasil, o estudo insere um
capítulo regional ao já tradicional Horizon Report, que anualmente faz
previsões sobre o uso da tecnologia no universo educacional. O panorama
global permitiu também comparações entre o contexto brasileiro e o
internacional. Bruno Gomes, assessor de tecnologias educacionais do
Sistema Firjan e participante tanto da pesquisa global quanto da
nacional, ressalta alguns pontos em que nós nos distanciamos muito do
mundo. “No Brasil, a gente já consegue ver o hardware, as coisas físicas
em sala de aula, como o celular e o tablet. Mas falta a internet, então
tudo que é feito na nuvem ou depende de uma rede boa e estabilizada vem
depois”, diz.
Por isso, enquanto nos países ibero-americanos e na
pesquisa global a computação em nuvem é uma realidade esperada em um
ano, os especialistas brasileiros nem sequer apostaram nela para um
panorama de até cinco anos. “Outra curiosidade é que, conteúdo livre,
que já está acontecendo no mundo, ainda não vai acontecer no Brasil
neste ano. O brasileiro ainda é apegado à autoria”, acrescenta Gomes.
Apesar das diferenças, alguns pontos são comuns em todas
as partes do mundo, principalmente no que diz respeito aos desafios
encontrados. “Formação de professores é um problema para o mundo”,
ressalta Gomes. No relatório divulgado durante o evento Conecta 2012,
que terminou hoje, os especialistas destacam também outra relevante
coincidência entre o que esperam ver no Brasil e o que está posto no
mundo. “Os 30 membros do conselho deste projeto concordaram com o
conselho global em relação à tendência mais importante. Eles perceberam
as portas se abrindo nas escolas de educação básica no Brasil para
modelos de aprendizado híbrido e colaborativo”, afirmam os autores do
relatório.
TECNOLOGIAS DE SALA DE AULA – ESPECIALISTAS INDICAM 12 FERRAMENTAS QUE ESTARÃO NAS ESCOLAS ATÉ 2017
1 ano ou menos – Polarização de dispositivos
Ambientes colaborativos
Espaços online que visam facilitar a colaboração e o trabalho em grupos. Nesse tipo de ambiente, a interação acontece independente de onde os alunos estejam
Espaços online que visam facilitar a colaboração e o trabalho em grupos. Nesse tipo de ambiente, a interação acontece independente de onde os alunos estejam
Aprendizagem baseada em jogos
Interação de jogos nas experiências educacionais; os benefícios têm se comprovado em desenvolvimento cognitivo, colaboração, solução de problemas e pensamento crítico
Interação de jogos nas experiências educacionais; os benefícios têm se comprovado em desenvolvimento cognitivo, colaboração, solução de problemas e pensamento crítico
Celulares
Especialmente quando se fala em smartphones, são o ponto de convergência de muitas tecnologias; permitem acesso a um volume muito grande de informações na palma da mão
Especialmente quando se fala em smartphones, são o ponto de convergência de muitas tecnologias; permitem acesso a um volume muito grande de informações na palma da mão
Tablets
Como os celulares, têm a facilidade da mobilidade e possibilitam aulas dentro e fora da escola. Dispositivos aumentam o leque de recursos pedagógicos
Como os celulares, têm a facilidade da mobilidade e possibilitam aulas dentro e fora da escola. Dispositivos aumentam o leque de recursos pedagógicos
2 a 3 anos – Uso dos softwares
Redes
Investimento em banda larga para grandes eventos esportivos e o maior número de smartphones facilitam acesso rápido, barato e fácil a todos os tipos de informação
Investimento em banda larga para grandes eventos esportivos e o maior número de smartphones facilitam acesso rápido, barato e fácil a todos os tipos de informação
Geolocalização
Ferramentas recentes permitem a determinação da localização exata de
objetos físicos, além da combinação com dados sobre outros eventos,
objetos ou pessoas
Aplicativos móveis
Nova indústria de desenvolvimento de softwares cria um universo de novas
possibilidades educacionais, com compartilhamento de descobertas em
tempo real
Conteúdo aberto
Conteúdo disponibilizado gratuitamente, via web, dá acesso não apenas à informação, mas ajuda no desenvolvimento de habilidades de pesquisa, avaliação e interpretação
Conteúdo disponibilizado gratuitamente, via web, dá acesso não apenas à informação, mas ajuda no desenvolvimento de habilidades de pesquisa, avaliação e interpretação
4 a 5 anos – Apropriação dos softwares
Inteligência coletiva
Conhecimento existente nas sociedades ou em grandes grupos. Como hoje a produção de conhecimento não é mais um monopólio, várias redes são criadas cotidianamente
Conhecimento existente nas sociedades ou em grandes grupos. Como hoje a produção de conhecimento não é mais um monopólio, várias redes são criadas cotidianamente
Laboratórios móveis
A tecnologia facilitou que pesados equipamentos, antes disponíveis apenas em bons laboratórios de ciências pudessem ser inseridos em simples celulares
A tecnologia facilitou que pesados equipamentos, antes disponíveis apenas em bons laboratórios de ciências pudessem ser inseridos em simples celulares
Ambiente pessoal de aprendizagem
Formado por uma coleção pessoal de ferramentas montadas para apoiar seu próprio aprendizado; lista é organizada de forma independente e é focada em objetivos individuais
Formado por uma coleção pessoal de ferramentas montadas para apoiar seu próprio aprendizado; lista é organizada de forma independente e é focada em objetivos individuais
Aplicações semânticas
Aplicativos que organizam informações de várias fontes e fazem associações entre elas, apresentando o resultado de forma atraente ao usuário
Aplicativos que organizam informações de várias fontes e fazem associações entre elas, apresentando o resultado de forma atraente ao usuário
Fonte: Horizon Report (Brasil 2012)
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Destinar royalties à educação é investir no futuro, diz Dilma
A destinação de recursos dos royalties do petróleo
para a área da educação foi tema abordado hoje pela presidente Dilma
Rousseff no programa semanal de rádio `Café com a Presidenta`. `Eu
enviei ao Congresso uma Medida Provisória que destina todos os royalties
e as participações especiais arrecadados com as futuras concessões de
petróleo e gás para a educação e 50% do Fundo Social, que é integrado
pelos recursos do pré-sal`, disse Dilma. Segundo a presidente, esse será
`o maior investimento que o Brasil vai fazer no presente e no futuro de
todos os seus filhos`.
A presidente vetou nesta sexta-feira a mudança na
forma de dividir os royalties de petróleo recolhidos nos campos já em
exploração e confirmou que o dinheiro que for obtido com a compensação
em novas áreas terá de ser aplicado na educação. O veto vai gerar nova
batalha no Congresso liderada pelos parlamentares que representam
Estados e municípios que pouco produzem petróleo no País.
A presidente argumentou também no programa de rádio
desta manhã que o governo está trabalhando para construir uma economia
mais forte e mais competitiva, e uma sociedade mais justa, com mais
oportunidades, com renda maior, emprego melhor, ascensão social e
conquista de direitos para todos. `Nenhuma criança brasileira pode ficar
de fora`, destacou. A nova MP à qual se referiu a presidente deve ser
publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
Dilma iniciou o programa falando sobre o programa
`Brasil Carinhoso`. `A partir deste mês, a renda das famílias com
crianças e jovens, de 7 a 15 anos de idade, vai ser complementada para
que cada uma das pessoas tenha renda de pelo menos R$ 70 por mês`,
explicou. Ela lembrou que o programa foi ampliado e passou a pagar
também para as famílias com filhos de 7 a 15 anos de idade (antes
atendia famílias com crianças entre zero e seis anos). Dilma ressaltou
que 42% dos brasileiros que vivem hoje na extrema pobreza têm menos de
15 anos de idade.
De acordo com a presidente, nos seis meses da
primeira fase do Brasil Carinhoso foi possível tirar da extrema pobreza
mais de 9 milhões de pessoas, contando as crianças até 6 anos e suas
famílias. `Com a expansão para as famílias com filhos de 7 a 15 anos,
vamos beneficiar, ao todo, 16,4 milhões de pessoas em todo o País`,
defendeu.
Dilma, entretanto, disse que essa mobilização no
combate à pobreza começou com a criação do Bolsa Família, há 9 anos. `Se
não fosse o Bolsa Família, ainda teríamos 36 milhões de pessoas na
pobreza extrema. Fomos aperfeiçoando e agora temos que continuar e
podemos acabar de vez com a miséria no nosso País`, disse a presidente.
Fonte: Agência Estado
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Google: escola precisa incentivar talentos para a tecnologia
Executiva do Google na América Latina, Eve Andersson
falou nesta quinta-feira para uma plateia de mais de 1 mil estudantes e
professores, em Porto Alegre (RS), sobre as dificuldades de se encontrar
talentos para trabalhar no crescente mercado da ciência da computação
no mundo. Segundo ela, a escola tem papel fundamental nesse processo,
estimulando principalmente as meninas a se envolver com o universo da
tecnologia.
`Existe uma questão cultural, que verificamos também
no Brasil, de que trabalhar com a computação não é coisa para mulher. No
nosso escritório em São Paulo temos muita dificuldade de encontrar
novos talentos, principalmente mulheres`, afirmou. Para Eve, a família
e, principalmente, os professores devem assumir o desafio de mudar esse
paradigma.
`As mulheres são fundamentais nesse trabalho
colaborativo, e precisam ser incentivadas desde cedo`, afirmou Eve ao
Terra após encerrar sua palestra no TEDx, uma conferência independente
organizada pela Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) para discutir
novas ideias para a educação.
Segundo Eve, o desenvolvimento econômico do Brasil
não vem acompanhado de investimentos para formar novos profissionais
para trabalhar nas áreas de tecnologia e engenharia e que esse é um dos
maiores desafios do País nos próximos anos. Questionada sobre a formação
dos profissionais nas universidades brasileiras, ela preferiu não
opinar, já que `não tem conhecimento mais aprofundado` sobre o ensino
superior no País.
No entanto, Eve criticou o fato de as universidades,
de modo geral no mundo, estarem mais focadas em formar pesquisadores
para a academia do que profissionais preparados para o mercado de
trabalho. Segundo a executiva, que trabalha como head of publisher and
distribuction do Google, é preciso incentivar a formação de um grupo de
docentes nas instituições de ensino composto professores `tradicionais` e
engenheiros que estão no mercado de trabalho.
Ela ainda alertou para a falta de preparo dos
profissionais formados na área da ciêcia da computação. `Eu trabalhava
numa empresa anteriormente onde chegamos a propor um prêmio de uma
Ferrari para quem conseguisse indicar 10 bons engenheiros de software.
Ninguém conseguiu`, lamentou.
De acordo com Eve, a dificuldade de encontrar
talentos reside em dois problemas: os profissionais formados na maioria
das universidades não estão preparados e, o mais grave, não há número
suficiente de pessoas formadas na área de ciência da computação para dar
conta do mercado mundial em expansão.
Para solucionar esses problemas, além do incentivo
desde cedo para as carreiras da tecnologia, ela disse que é fundamental
dispor de currículos mais atraentes e estimular as habilidades de cada
jovem. `O professor, desde a escola até a universidade, tem papel
fundamental nesse processo`, concluiu Eve.
O TEDxUnisinos acontece até o final da tarde desta
quinta-feira, no centro de eventos da Fiergs, em Porto Alegre, e reúne
especialistas em educação e pessoas que participaram de experiências
exitosas na área.
Fonte: Terra Educação, por Angela Chagas
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Brasil fica em penúltimo lugar em ranking global de qualidade de educação
O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking
global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de
testes e qualidade de professores, dentre outros fatores.
A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica
Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica
sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países.
Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.
Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos
de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram
incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia,
Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste
asiático que figura na última posição.
Os resultados foram compilados a partir de notas de
testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e 2010. Além
disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na
universidade também foram empregados.
Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as
nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam
em prática uma cultura de boa educação.
Ele diz que no passado muitos países temiam os
rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se
preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando
de lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos
resultados.
Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo
começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia
Barber.
A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo
nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu] do que
esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema
educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta
aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da
Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos`.
No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães
figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida
da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e
Polônia.
Cultura e impactos econômicos
Tidas como `super potências` da educação, a Finlândia
e a Coreia do Sul lideram o ranking, e na sequência figura uma lista de
destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura.
Alemanha, Estados Unidos e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos.
O ranking é baseado em testes efetuados em áreas como
matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou quatro
anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico frente à
realidade atual.
Mas o objetivo é fornecer uma visão multidimensional
do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco de dados que a
Pearson chama de `Curva do Aprendizado`.
Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o
estudo concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto
manter uma verdadeira `cultura` nacional de aprendizado, que valoriza
professores, escolas e a educação como um todo. Daí o alto desempenho
das nações asiáticas no ranking.
Nesses países o estudo tem um distinto grau de
importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos
são muito altas.
Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por
exemplo, vê-se enormes diferenças entre os dois países, mas um `valor
moral` concedido à educação muito parecido.
O relatório destaca ainda a importância de empregar
professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de
recrutá-los e o pagamento de bons salários.
Há ainda menções às consequências econômicas diretas
dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma
economia globalizada baseada em habilidades profissionais.
Veja como ficou o ranking Pearson-EIU:
1. Finlândia
2. Coreia do Sul
3. Hong Kong
4. Japão
5. Cingapura
6. Grã-Bretanha
7. Holanda
8. Nova Zelândia
9. Suíça
10. Canadá
11. Irlanda
12. Dinamarca
13. Austrália
14. Polônia
15. Alemanha
16. Bélgica
17. Estados Unidos
18. Hungria
19. Eslováquia
20. Rússia
21. Suécia
22. República Tcheca
23. Áustria
24. Itália
25. França
26. Noruega
27. Portugal
28. Espanha
29. Israel
30. Bulgária
31. Grécia
32. Romênia
33. Chile
34. Turquia
35. Argentina
36. Colômbia
37. Tailândia
38. México
39. Brasil
40. Indonésia
Fonte: BBC
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Mercadante inicia entrega de tablets para professores do ensino médio
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, entregou
200 tablets aos coordenadores estaduais do Programa Nacional de
Tecnologia Educacional (Proinfo Integrado) e representantes de 18
universidades federais participantes do programa. Os equipamentos são
destinados à capacitação de professores. “Há uma demanda explosiva por
educação no Brasil. A desigualdade social está na escola”, disse o
ministro em solenidade realizada no dia 20 de novembro, em Brasília.
Para Mercadante, começar a capacitação dos tablets
pelo professor do ensino médio é estratégico. “Estamos discutindo como
melhorar o ensino médio e temos que fortalecer o professor dentro de
sala de aula e o melhor caminho é o tablet”, avaliou Mercadante.
Foram licitados pela pasta dois modelos de tablets,
um com 7 polegadas (17,78 centímetros) e outro com 9,7 polegadas (24,638
centímetros). As vencedoras foram as empresas brasileiras Positivo e
Digibras. Os estados e municípios podem aderir diretamente ao registro
de preços, cuja ata terá vigência até junho de 2013.
Para dar início à capacitação pedagógica de
professores do ensino médio da rede pública de todo país, o ministério
adquiriu 5 mil unidades de tablets para serem utilizados no projeto
piloto do Proinfo Integrado. A entrega dos aparelhos nas escolas será
realizada em 2013. Os coordenadores do programa farão curso de formação
para, em seguida, treinar os multiplicadores, que formarão os
professores em cada estado participante.
O modelo de 7 polegadas para distribuição nas regiões
Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste tem um custo aos cofres públicos de R$
278,90 e, para o Nordeste e Sul, de R$ 276,99. Já o modelo de 9,7
polegadas será adquirido pelos estados pelo valor de R$ 461,99 para o
Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste e de R$ 462,49 para Nordeste e Sul. De
acordo com o ministro, um tablet de 7 polegadas com as mesmas
especificações é vendido no mercado brasileiro por R$ 799, em média.
Segundo Mercadante, com a entrega de novas
tecnologias da informação, os professores e as escolas públicas vão
poder combinar os equipamentos com as demais mídias. Ele citou o Portal
do Professor, onde estão disponíveis cerca de 15 mil aulas criadas por
educadores e aprovadas por um comitê editorial do MEC. Além disso, o
ministro destacou que todas as obras literárias e livros didáticos
adquiridos pela pasta também estão disponíveis no equipamento.
O Ministério da Educação (MEC) transferiu este ano R$
117 milhões a 24 estados e Distrito Federal para compra de 382.317
tablets, que serão destinados inicialmente a professores de escolas de
ensino médio do país.
Mercadante anunciou também que na próxima sexta-feira
(23), ministros da Educação dos países do Mercosul vão se reunir em
Brasília e lançarão um programa de intercâmbio digital.
Fonte: Heloisa Cristaldo – Agência Brasil
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Rio de Janeiro terá escola integral focada em novas tecnologias
Uma escola onde o aluno será protagonista de sua
formação, participando da construção do próprio saber e envolvendo-se
nos processos de aprendizagem. É esta a ambição do Ginásio Experimental
de Novas Tecnologias (GENTE), escola piloto de tempo integral que começa
a ser implementada em 2013 na Rocinha, comunidade da zona sul carioca,
pela Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio de Janeiro.
A primeira unidade do GENTE terá sede na Escola
Municipal André Urani, com capacidade para atender 210 alunos do 7º ao
9º anos. Beatriz Alqueres, gerente de projetos estratégicos da
Secretaria explica que os alunos não serão reunidos por ano seriado, mas
por competências. “O objetivo não é trabalhar por conteúdo, mas com a
construção de habilidades”, diz.
Norteada por um princípio de excelência acadêmica
aliada aos projetos de vida dos alunos, a concepção do GENTE partiu de
estudos feitos com escolas inovadoras internacionais, onde foi possível
observar formas pioneiras nos processos de avaliação, na ambientação
interna, na gestão e formação dos docentes.
Itinerários
Ao ingressar no GENTE todos os alunos passarão por
uma prova diagnóstica para identificar possíveis deficiências ou níveis
diferentes de aprendizagem. Feito o teste, os alunos receberão um
itinerário formativo, com foco nas habilidades e competências que
desenvolverão durante aquele período e pelas quais avançarão. As
avaliações bimestrais serão realizadas por um sistema informatizado,
aplicadas no computador, gerando resultados imediatamente.
Cumprida a grade de atividades básicas, o aluno pode
escolher, segundo seus interesses, quais atividades eletivas quer
realizar, constituindo uma aprendizagem individualizada e personalizada.
Entre as disciplinas eletivas, estão “cineclube”, “construção de blogs
como portfólio”, “inteligência artifical” – em parceria com a
Universidade de Stanford –, “webdesign”, “programação básica” e “os
últimos livros de Shakespeare, em inglês” – esta última viabilizada
graças a uma parceria com a Universidade de Harvard.
Para proporcionar maior eficácia, as aulas valorizam a
transdisciplinaridade, em ambientes amplos e integrados, com projetos
desenvolvidos a partir de uma situação problema ou perguntas dos
próprios alunos. Os professores são polivalentes, atuando em todos os
núcleos do conhecimento. “O professor se torna um arquiteto da
aprendizagem do aluno, disponibilizando recursos no itinerário do
estudante. Seu papel não será o de transmissor, mas daquele que garante a
aprendizagem”, ressalta Beatriz.
Solidários
A ideia é que o professor acompanhe os alunos mais de
perto, tornando-se um tutor a partir das motivações identificadas com
os ideais e projeto de vida elaborado pelo aluno. O efeito é
estratégico. De acordo com Beatriz, “isso aumenta a motivação para se
frequentar a escola, a assiduidade, encontrando mais sentido pela
aplicação prática dos saberes”.
As novas tecnologias serão empregadas como recursos
didáticos para motivar e ampliar o envolvimento dos alunos. Cadernos
serão substituídos por tablets e smartphones, e usados tanto por alunos
quanto professores.
Outro eixo norteador das atividades são o
desenvolvimento das habilidades não cognitivas, tais como a desenvoltura
socioemocional, além da criatividade e da colaboração em grupo. “Num
projeto como esse, o foco é justamente criar cidadãos mais autônomos,
solidários e competentes, capazes de intervir onde vivem com projetos e
estratégias criticas e participativas”, ressalta Beatriz.
Rocinha
“A Rocinha é uma região da cidade com carência de
escolas ginasiais que atendam do 7º ao 9º ano”, observa Beatriz
Alquéres. Com três escolas municipais e um Ciep – Centro Integrado de
Educação Pública –, a Rocinha é a região administrativa da cidade que
tem a população com menor nível de escolaridade entre todas do município
do Rio de Janeiro, segundo estudo realizado pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
De acordo com Beatriz, o local que abrigará o GENTE
foi um clube esportivo, recentemente desativado, o que também favoreceu a
transformação do espaço em unidade escolar de tempo integral. “Uma área
que é dominada por uma milícia do tráfico vai depender de mil outros
fatores [para mudar], mas também da formação das pessoas daquele
território e da consciência da influência da participação deles na
transformação”.
Território de alta vulnerabilidade social, a Rocinha,
localizada entre os bairros da Gávea e São Conrado, conta atualmente
com 69,3 mil moradores, segundo dados do Censo 2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No dia 13 de novembro de 2011, numa intervenção
integrada entre as forças armadas e as polícias Federal, Civil e
Militar, a comunidade viu serem apreendidas armas e drogas, além de
terem sido detidos suspeitos e criminosos ligados ao narcotráfico.
Conhecida como “Operação Choque de Paz”, um ano
depois a região permanece patrulhada por 700 policiais militares. Embora
a ocupação tenha trazido serviços básicos que antes não chegavam à
comunidade, como água, luz e coleta de lixo, outras solicitações ainda
não foram atendidas, como melhoria no trânsito e tratamento de esgoto.
Fonte: Flávio Aquistapace – Portal Aprendiz
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
"As escolas não estão preparadas para lidar com assuntos de exploração sexual, afirma professora
A garota de 11 anos morava com os pais e três irmãos
em uma comunidade litorânea em Natal, Rio Grande do Norte, e viviam com
cerca de um salário mínimo, proveniente de programas de transferência de
renda. Apesar do pai alcoolista praticar violência física e psicológica
contra a família, a menina era boa aluna, tinha o histórico de
pontualidade, assiduidade e cumprimento das normas escolares. Mas seu
comportamento mudou de repente. Com sucessivos sumiços de casa, faltas
na escola e frequentes brigas pelo bairro e na sala de aula, a mãe
suspeita que a filha estivesse induzida ao uso de drogas e sofrendo
exploração sexual por pessoas da comunidade, traficantes e estrangeiros.
“Eu sei que uma criança sofreu algum tipo de
violência porque é notável o rendimento escolar dela cair
automaticamente, sem exceção”, afirma convicta a professora Juliana
Delmonte, que dá aula de quinta série a terceiro ano do ensino médio
numa escola estadual no Butantã, em São Paulo. “Essas meninas faltam
muito. Ou a escola perde o sentido e elas a abandonam, ou a escola acaba
fazendo muito sentido porque é o único ambiente onde elas não são
violentadas”.
A professora é conhecida por coordenar o Grupo de
Estudos Feministas Gilka Machado, nascido em 2011 numa escola em
Interlagos e vencedor do prêmio nacional Construindo a Igualdade de
Gênero, do mesmo ano. Divididas em dois grupos de 20 meninas cada, as
garotas, vivendo num lugar onde a violência doméstica ou sexual é comum,
discutem preconceito contra a mulher no cotidiano, a mulher na mídia e
na política, machismo, violência e outros temas similares.
Segundo ela, o quadro é recorrente em classes mais
pobres e não há nenhum material que aborde o assunto. “De forma alguma a
escola está preparada. Os professores, geralmente quando não se omitem,
corresponsabilizam e culpabilizam a vítima. A única ação que podemos
fazer quando descobrimos algum caso de violência sexual é denunciar e
encaminhar para o Conselho Tutelar, não depende só da instituição de
ensino”, explica Delmonte.
Números crescentes
O aumento do número de denúncias é significativo. De
janeiro a abril de 2012, o Disque 100 recebeu 34.142 denúncias
referentes à violação de direitos humanos contra crianças e
adolescentes, representando 71% de aumento em relação ao mesmo período
do ano anterior. Desde março de 2011, o atendimento do Disque 100 foi
ampliado, passando a funcionar todos os dias, 24 horas.
Segundo a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), de
janeiro a setembro de 2012 foram registrados no país 6.637 casos de
exploração sexual no Disque 100. Bahia lidera o número de denúncias
recebidas, com 643 ligações (11,4% do total). Em seguida, aparecem Rio
de Janeiro com 540 denúncias (9,6%), e São Paulo, com 538 (9,5%).
Roraima é o Estado com menos denúncias, apenas nove durante o ano. A
Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que, em 2009 no
Brasil, 100 mil meninos e meninas são vítimas de exploração sexual.
O caso da adolescente de Natal foi encaminhado e
cuidado pelo Centro de Defesa da Criança e Adolescente – CEDECA Casa
Renascer, uma organização sem fins lucrativos que atua desde 1991 em
Natal, em defesa dos direitos de crianças e de adolescentes em situação
de risco pessoal e social, principalmente aquelas violentadas
sexualmente. Hoje, a jovem com 16 anos tem um filho, estuda, ajuda a mãe
na produção de artesanatos e vive com a família na mesma comunidade de
origem.
Porém, de acordo com o relatório do CEDECA, não há
comprovação quanto à ressignificação da violência vivenciada por ela,
considerando que o consumo de drogas e a exploração sexual só foram
encerrados em razão da morte do agressor que aliciava a menina, e não em
um processo de garantia do direito dessa adolescente. “Entende-se,
portanto, que a violência a que esta adolescente foi exposta reflete a
realidade de outras crianças e adolescentes na comunidade necessitando,
assim, de ações efetivas por parte do sistema de garantia de direitos
considerando a vulnerabilidade instalada”, conclui o documento.
Iniciativas de combate
O governo federal enfrenta essa questão por meio do
Programa de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes, que integra o Programa Avança Brasil. São realizados mais
de 30 mil atendimentos anuais por meio das ações desenvolvidas no
Programa Sentinela, com a criação de 25 Centros de Referência em 24
municípios no país.
Outra iniciativa federal é o Plano Nacional de
Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil, lançado em 2000 e
articulado junto à sociedade civil organizada. O trabalho é responsável
por estruturar políticas e serviços que garantam os direitos da criança e
do adolescente, e possui eixos estratégicos que estabelecem metas,
parcerias e prazos a serem cumpridos para reduzir os casos de abuso e
exploração sexual e garantir o atendimento de qualidade para as vítimas e
a suas famílias.
Criado pelo Conselho Nacional do SESI (Serviço Social
da Indústria), com a contribuição de diversas instituições e
profissionais que atuam nesse campo, o Projeto ViraVida atua desde 2008
oferecendo formação profissional e emprego a adolescentes e jovens,
vítimas de exploração sexual, abrindo caminhos para uma mudar o enredo
de suas vidas. O Programa foi iniciado em quatro capitais e hoje atende
1.238 alunos em 19 cidades. Desde a implantação em 2008 até outubro de
2012, 2.552 adolescentes e jovens haviam sido matriculados no ViraVida. A
longo prazo, a perspectiva do SESI é levar o programa a todos os
municípios atingidos por redes de exploração sexual.
Em âmbito estadual e presente em 30 municípios de São
Paulo, o Projeto Ação Proteção busca articular, sensibilizar e
capacitar os participantes do Sistema de Garantia de Direitos da Criança
e do Adolescente (SGDCA) para enfrentar a violência sexual. O Projeto é
uma iniciativa da Fundação Telefônica em parceria com o Ministério
Público do Estado de São Paulo e da ONG Childhood Brasil.
Fonte: Yuri Kiddo, da Pró-Menino, da Fundação Telefônica-Vivo – Portal Aprendiz
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Aula por Skype: ferramenta está sendo usada de alunos de inglês a engenheiros da Nasa
Mais conhecido por baratear ligações e facilitar
videoconferências, o Skype não está restrito a esse serviço. Desde 2011,
a ferramenta Skype in the Classroom (Skype na Sala de Aula) promove a
troca de experiências entre educadores e alunos do mundo todo. Na lista
de usuários há de estudantes de inglês a engenheiros da Nasa (agência
espacial americana).
O Skype na Sala de Aula é uma experiência do chamado
`crowdlearning`. No caso dos estudantes, a ferramenta possibilita
bate-papos com estrangeiros, que são convidados para dar conferências,
sem saírem da classe. De quebra, exige-se dos alunos conhecimentos tanto
orais quanto de escrita em inglês ou de outro idioma disponível.
A recente adesão ao Skype na Sala de Aula é da Nasa.
No lugar do professor tradicional, são os especialistas e os engenheiros
da agência espacial americana que explicam como funciona o universo.
A iniciativa, chamada de Nasa Digital Learning
Networking, dá preferência a escolas americanas, mas as internacionais
podem participar desde que tenham parceria com alguma instituição
daquele país.
Além da Nasa, a Microsoft, a Penguin Books, a Peace
on Day Education e o Museu de Ciências de Londres são também parceiros
do `Skype in the Classroom`, além de outras instituções.
Os temas são interessantes e focam assuntos gerais,
como o aquecimento mundial, e temas que fazem parte do cotidiano da
escola, como a merenda, os clubes de leitura em inglês e as aulas de
espanhol.
No Brasil
Educadoras da Cultura Inglesa, unidade em Petrópolis
(RJ), já testaram o Skype na Sala de Aula. A rede aposta no projeto
Digital Integration, que utiliza recursos digitais para ampliar a
vivência do idioma.
“O uso do sistema proporciona aos estudantes uma
oportunidade de desenvolvimento linguístico para além das quatro paredes
da sala de aula”, comenta a diretor-superintendente da Cultura Inglesa,
Maria Lucia Willemsens.
O grupo já conversou, por videoconferência, com
alunos de escolas dos EUA e do Canadá, compartilhando histórias sobre a
rotina de estudos, hábitos de vida e culturas diferentes. Tudo, claro,
em inglês.
Hoje os educadores que integram a rede social – a
participação brasileira ainda é baixa – ultrapassam os 4 mil. São eles
que postam as mais de 2.300 lições disponíveis.
Há também muita iniciativa solitária que não emplaca.
Para driblar esse problema, o site indica a quanto andas o interesse
geral (adesões de usuários) de uma aula ou grupo de discussão. E a busca
de usuários é feita por filtro por faixa etária (dos três anos em
diante), idioma ou áreas de interesse.
Como a ideia é agregar os quatro pontos do planeta,
existe até uma versão atualizada do Penpal, a rede para fazer amigos
fora do Brasil que, bem antes de a internet surgir, conectava
brasileiros a estrangeiros por meio de cartas enviadas pelo correio.
Para acessar o Skype na Sala de Aula, basta entrar no site education.skype.com e se logar com a conta tradicional do Skype.
Fonte: Uol Educação, por Cláudia Emi Izumi
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
'País sai derrotado', diz especialista sobre veto a 100% dos royalties do petróleo para educação
A Câmara aprovou nesta terça-feira, 6 de novembro, o texto-base
do Senado sobre o projeto que muda a distribuição dos royalties do
petróleo. Foram 286 votos a favor e 124 contrários. Com isso, o texto
segue agora para a sanção da presidente Dilma Rousseff.
O projeto do Senado, de autoria de Vital do Rêgo
(PMDB-PB), diferente da proposta derrotada em plenário, de Carlos
Zarattini (PT-SP), não traz vinculação de áreas em que os recursos devem
ser gastos. Zarattini defendia que a totalidade da receita com
royalties do governo federal, Estados e municípios teria de ser aplicada
em educação.
`O País sai derrotado dessa luta`, avalia Daniel
Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. `O
repasse das receitas dos royalties era uma das alternativas mais
promissoras para a destinação de 10% do PIB para educação`, afirma,
referindo-se à meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE),
aprovado na Câmara em julho deste ano. O porcentual é quase o dobro do
que é aplicado atualmente em educação no País.
Pela manhã, o ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, esteve na Câmara para defender a destinação integral dos
recursos do pré-sal à educação pública. “O Brasil tem de aproveitar um
dinheiro que nunca foi repartido para eleger uma prioridade, e a
prioridade das prioridades é a educação”, disse na ocasião.
Mercadante afirmou ainda que a educação é a base de
todo desenvolvimento do País. “Se nós não distribuirmos educação, dermos
a mesma oportunidade, não vamos resolver o principal problema do
desenvolvimento do Brasil”, disse. “Ciência e tecnologia dependem da
educação; defesa depende da educação; saúde depende da educação.”
Diante da derrota, a Campanha Nacional pelo Direito à
Educação deve trabalhar junto aos parlamentares que votaram pela
aprovação do texto do Senado e também com o governo federal. A
expectativa é de que a presidente vete o texto.
Fonte: Estadão.edu – O Estado de São Paulo
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Currículo escolar deve levar em conta o uso da internet, segundo pesquisa
Uma pesquisa realizada na FE/USP (Faculdade de
Educação da Universidade de São Paulo) constatou que, apesar do
crescimento do uso da internet pelos jovens, a educação pública não
acompanhou esta evolução. “Com tantas mudanças no mundo, o currículo das
escolas não se alterou”, revela a professora Juliana Santos Albach,
autora do estudo. Ela entrevistou cerca de 25 alunos do último ano do
ensino fundamental de uma escola em São Paulo para chegar às conclusões
do trabalho.
Todos os estudantes analisados contaram que usam a
internet corriqueiramente em suas vidas. Os professores conhecem esse
fato, mas o currículo das escolas não atenta para isso: as tarefas não
têm orientação para a pesquisa na rede. A instituição de ensino não se
prepara para propor ou receber trabalhos utilizando essa ferramenta.
O uso da internet para auxiliar em pesquisas para a
escola é unânime entre os alunos entrevistados. Existe, porém, uma visão
geral entre eles de que os trabalhos não são aproveitados. “Eles acham
que estes trabalhos vão para o lixo”, conta Juliana. Por falta de
orientação e retorno, as tarefas escolares acabam ficando sem
significado.
Os alunos contaram que não existe problematização do
tema dentro da sala de aula. “Ninguém discute o assunto”, conta a
pesquisadora. “O currículo escolar é estático”, ressalta. A pesquisa,
intitulada Os usos que os jovens fazem da internet: relações com a
escola, procurou exatamente tornar a questão pauta do debate acadêmico,
embora não dê proposições para uma possível reforma do currículo. Ela
foi orientada na dissertação de mestrado pelo professor Jaime Francisco
Parreira Cordeiro.
Recomendações
Alguns estudantes revelaram que a Wikipédia chega a
ser recomendada por alguns professores como fonte de pesquisa. Isso
demonstra que as possibilidades da internet não foram totalmente
compreendidas, visto que a ideia de se pesquisar em uma enciclopédia,
como se fazia antes do advento dessa ferramenta, ainda é utilizada. Essa
forma de pesquisa é apenas uma reconstrução do mesmo método usado há
muito tempo em outra plataforma.
Aparentemente, ao menos na fala dos alunos, há uma
falta de orientações e recomendações para a execução dos trabalhos
requeridos, fazendo com que os alunos criem critérios próprios para
fazer trabalhos usando a internet. Ações como checagem de informações em
mais de um site e procura por termos bem específicos em sites de busca
apareceram nas falas dos alunos como formas de tornar as pesquisas mais
precisas.
“Essas maneiras de pesquisa parecem não ser
aprendidas formalmente”, constata, porém, a professora. “Pelo que
percebi, os critérios parecem ser intuitivos”, complementa. Após o uso
constante da ferramenta, os estudantes, por conta própria, aprendem uma
forma de pesquisa que parece ser mais segura. Existe uma aula de
informática onde esse tipo de competência deveria ser abordada, mas, no
âmbito da investigação não se pode perceber se esta aula contribui para a
aprendizagem dos procedimentos que os alunos utilizam.
De acordo com as entrevistas, o que é cobrado pelos
professores é que os trabalhos não sejam simplesmente copiados de sites.
Os alunos têm de parafrasear, juntar ou resumir as informações obtidas,
porém sem orientação específica para isso. Para Juliana, essas questões
trazem problemas e “o currículo escolar precisa se remodelar”. O
objetivo da pesquisadora é, em uma tese de doutorado futura, discutir o
tema sob o ponto de vista dos professores.
Fonte: Agência USP
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Educação: uma agenda urgente!
Com o objetivo de impulsionar e estabelecer compromissos para o
cumprimento das 5 Metas do Todos Pela Educação, o movimento e parceiros
realizaram, em setembro de 2011, em Brasília, o Congresso Internacional ‘Educação: uma Agenda Urgente’,
que reuniu lideranças nacionais e internacionais em um debate
democrático para criar as articulações necessárias à implementação
eficiente das políticas educacionais.
Para fazer com que o conteúdo desses debates chegue a todos os
gestores de Educação e sociedade civil, conforme informado ao longo do
Congresso, o Todos Pela Educação e a Editora Moderna realizaram uma
consolidação das reflexões de cada uma das sessões e de suas reuniões
preparatórias que resultou nessa publicação, ‘Educação: Uma Agenda Urgente’.
Os oito temas escolhidos para o debate nesse evento, e agora
organizados nesse livro, estão intimamente relacionados. Carreira do
magistério atraente e professores bem formados; definição das
expectativas de aprendizagem articulada com a avaliação externa e com a
formação inicial e continuada dos professores; gestão educacional em
ambiente de cooperação entre os entes federativos e entre os três
poderes; a importância da equidade e da Educação como direito; a
necessidade de se ampliar a jornada e seus impactos na organização das
redes e tempos escolares.
A sessão especial, realizada no fechamento do Congresso, reuniu
movimentos e organizações da sociedade civil da América Latina que
trabalham pela melhora pela qualidade de Educação em seus países, para
troca de experiências e lançamento da Rede Latino-americana de
Organizações da Sociedade Civil pela Educação (Reduca).
Essa publicação tem como principal objetivo contribuir para o debate
nacional sobre Educação e para a implementação de políticas públicas que
assegurem a oferta de Educação Básica de qualidade para todas as
crianças e jovens brasileiros nos próximos anos.
Clique aqui e acesse a publicação.
Fonte: Todos pela Educação
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Plano Nacional de Educação apresenta 20 metas
Entre as 20 metas do Plano Nacional de Educação (PNE)
2011-2020, aprovado no dia 16 de outubro pela Câmara dos Deputados e a
ser encaminhado para exame do Senado Federal, estão a de universalizar,
até 2016, o atendimento escolar da população de quatro e cinco anos, e
ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a atender a
50% da população de até três anos.
O plano pretende ainda universalizar o ensino
fundamental de nove anos para toda população de seis a 14 anos, bem como
universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de
15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino
médio para 85% nesta faixa etária.
Outra meta é a de universalizar, para a população de
quatro a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação na rede regular de ensino.
O plano também pretende alfabetizar todas as crianças
até, no máximo, os oito anos de idade; oferecer educação em tempo
integral em 50% das escolas públicas de educação básica; e atingir
médias nacionais progressivas para o Ideb até 2021.
Há também a meta de elevar a escolaridade média da
população de 18 a 24 anos, de modo a alcançar o mínimo de 12 anos de
estudo para as populações do campo, região de menor escolaridade no país
e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre
negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional.
Analfabetismo
Elevar a taxa de alfabetização da população com 15
anos ou mais para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo
absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional é outra das
metas do PNE 2011-2020.
O plano também pretende oferecer o mínimo de 25% das
matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação
profissional nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio,
além de duplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível
médio, assegurando a qualidade da oferta.
Outra meta é a de elevar a taxa bruta de matrícula na
educação superior para 50%, e a taxa líquida para 33% da população de
18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta. O governo também quer
elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de
mestres e doutores nas instituições de educação superior para 75%, no
mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35%
doutores.
O plano também pretende elevar gradualmente o número
de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a
titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores. Pretende garantir
ainda, em regime de colaboração entre a União, estados, Distrito Federal
e municípios, que todos os professores da educação básica tenham
formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura
na área de conhecimento em que atuam.
Valorização
Outro objetivo é o de formar 50% dos professores da
educação básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu e
garantir a todos formação continuada em sua área de atuação.
O plano apresenta ainda as metas de valorizar o
magistério público da educação básica, a fim de aproximar o rendimento
médio do profissional do magistério com mais de 11 anos de escolaridade
do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade
equivalente; assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de
carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de
ensino.
A última meta prevista no plano é a de garantir,
mediante lei específica aprovada nos estados, Distrito Federal e
municípios, a nomeação comissionada de diretores de escola vinculada a
critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da comunidade
escolar.
Fonte: Agência Senado – O Globo
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Número de redações inválidas no Enem sobe 168% entre 2009 e 2011
Desde 2009, quando o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) ganhou status de vestibular, o número de redações anuladas vem
crescendo a cada ano. A quantidade de textos invalidados aumentou 168%
entre 2009 e 2011, contra um crescimento de 59% no número de redações
corrigidas. Os dados mantêm relação com mudanças nas regras de correção,
com as diferentes propostas de redação a cada edição do exame e também
com o perfil dos inscritos, segundo especialistas.
No último Enem, o de 2011, foram anuladas 137.161
redações – o que representa 2,5% do total de pessoas que fizeram a
prova, contando quem a entregou em branco. O Estado obteve os dados das
últimas cinco edições do Enem por meio da Lei de Acesso à Informação. Os
números foram enviados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável
pelo Enem.
Na comparação entre 2007 e 2011, a alteração nesse
panorama é ainda maior. Enquanto a variação de textos corrigidos foi de
50%, o aumento de textos anulados ficou em 661%. Em 2007, apenas 18.030
textos foram anulados. Já o número de redações entregues em branco – que
inclui os faltosos – cresceu 71,5% entre 2007 e 2011.
Para o Inep, `a quantidade de redações identificadas
como `anuladas/fuga ao tema` apresenta uma relação direta com o tema da
redação proposto para cada edição do Enem`. Mas isso não explica tudo.
Segundo o professor Maurício Kleinke, coordenador do vestibular da
Universidade de Campinas (Unicamp), era de se esperar que a partir de
2009 houvesse cada vez mais redações anuladas. O motivo é o uso variado
do exame.
Além de vestibular, o Enem passou a ser usado após
2009 como certificação do ensino médio e de Educação de Jovens e Adultos
(EJA). Além de critério para bolsas no Programa Universidade Para Todos
(ProUni) e financiamento estudantil.
`O Enem começou a ser mais procurado por pessoas que
estão afastadas do sistema educacional`, diz Kleinke. No último Enem,
46% dos inscritos tinham mais de 21 anos. O professor lembra que a
realidade socioeconômica é preponderante para o desempenho na redação.
`O Enem atende um público muito variado.`
Essa abrangência de usos é espelhada nas regras para
correção da prova, principalmente no tamanho do texto. O candidato que
escrever oito linhas já garante o direito de ter nota – caso não
desrespeite outros critérios. Além de não seguir o tamanho mínimo, um
candidato terá zero se fugir ao tema proposto, escrever impropérios,
desenhos ou outras formas propositais de anulação ou não obedecer à
estrutura de texto dissertativo argumentativa.
Correção
Professor aposentado de Letras da Universidade
Estadual Paulista (Unesp), Rogério Chociay defende que o Enem tenha
critérios de correção variados para cada perfil de candidato. `Não
afasto o despreparo dos corretores, mas a falta de qualidade dos textos é
a maior responsável pelas anulações. Os concluintes têm desempenho
diferente de quem saiu do EJA`, diz.
Chociay faz uma ressalva: o porcentual de anulações,
apesar de ter crescido, é baixo. Kleinke, da Unicamp, concorda. O
ex-presidente do Inep João Batista Gomes Neto vai mais longe e diz que
os números expõem as falhas do ensino médio. `O problema da educação no
Brasil é gravíssimo. E, dentro desse problema, o da redação é o mais
grave, pois as pessoas não sabem escrever.`
Rigor
Na última edição do Enem, o MEC já havia promovido
alteração nos critérios da redação, com a diminuição da discrepância de
notas entre os dois primeiros corretores para que o texto tivesse nova
correção. Para a próxima edição, nova mudança: diminuiu ainda mais a
discrepância, agora para 200 pontos. Também há limite de diferença em
cada uma das cinco competências avaliadas.
Fonte: Agência Estado
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